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Impactado pela pandemia, setor de beleza aposta em tecnologia para recuperação

Empreendedoras de Manaus admitem impactos, mas revelam reinvenção a partir de alternativas tecnológicas e digitais

Entre os mais afetados no pós-pandemia, os empreendimentos no segmento de beleza ainda lutam para repor a equipe de trabalho nos padrões anteriores à chegada da Covid-19. São 44% dos estabelecimentos do setor no Brasil atingidos por essa realidade, na qual as mídias digitais estão se mostrando importantes aliadas para recuperação. Em Manaus, tal estratégia evitou a falência e manteve a renda em momentos delicados.

Esse impacto no ramo foi diagnosticado em levantamento da Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB) em parceria com o Sebrae. Segundo dados da pesquisa “O Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas em novembro do ano passado, 55% das empresas tiveram que realizar mudanças em suas estruturas para continuarem funcionando durante e após a crise.

E a mais comum delas, num instante em que o distanciamento social se tornou cotidiano para milhares, foi o recurso às táticas digitais. Elas foram – e agora mais do que nunca – apostas para uma vida gradativamente conectada. Isso é o que aponta o ‘Guia de Tendências 2022-2023’ do Sebrae com uma análise sobre consumo e mercado no pós-pandemia.

Entre as tendências mercadológicas estão os serviços associados a equipamentos tecnológicos, agregando o eletrônico ao físico para transformar espaços e experiências que serão apresentadas aos clientes. As manobras procuram adaptar os estabelecimentos frente a era dos negócios online e abrir o leque de novas possibilidades.

Prejuízos e reinvenção
Esse método está ajudando Rejane Leal, 49, a regenerar seus dois empreendimentos voltados para barbearia e escovaria, prejudicados através da crise pandêmica. Em 2020, 11 profissionais trabalhavam nas unidades, porém, diante do imprevisto sanitário, Rejane precisou dispensar colaboradores. Hoje, o time é composto por oito pessoas.

Ela revela que, além de não conseguir manter o quadro de funcionários, precisou lidar com as contas atrasadas. “O período em que ficamos impedidos de abrir foi o pior momento, devido os custos de aluguel, taxas de energia, parcelas de financiamento e faturas no cartão de crédito. Tivemos que negociar todas essas contas para não fechar e estamos na tentativa de quitá-los nos dias atuais”, afirmou.

Os esforços de reabilitação da empresária estão concentrados no oferecimento de novas tecnologias, como dermatoscópio digital, além de serviços de tratamento para queda de cabelo pós-covid e ledterapia. Ela também está investindo em mídias sociais, anunciando via Facebook e Instagram.

Comércio digital
Outra significativa estratégia relacionada ao meio virtual é a adaptabilidade para o consumo digital. Ao longo de quase dois anos distanciados, o público se habituou a praticidade dos conceitos “remotos”: resolver situações em um clique, usufruir de serviços na palma da mão ou a disponibilidade da entrega na porta de casa.

E essa é uma realidade de sucesso no Amazonas. Referência no comércio online, a empresa ‘Carol Colors’, empreendimento de Carolina Machado, 28, acumula mais de 15 mil seguidores no Instagram, além de vendas em R$ 8 mil a 10 mil reais ao mês com o mercado de produtos para coloração de fios.

Em 2019, Carolina já era adepta às madeixas coloridas, porém ela e os consumidores amazonenses sofriam com as poucas opções de cores. “Não tinha um rosa, um roxo e quando tinha, era de pouca qualidade”, relembrou. Enxergando o problema, no mesmo ano ela deu início à ‘Carol Colors’, realizando todo processo de captação de clientes pelo Instagram e garantindo o delivery.

Foi mediante os lucros que Carolina conseguiu manter sua família em meio a pandemia e cuidou dos pais, quando acometidos pela Covid-19. A partir de 2020, a loja online expandiu a oferta de artigos capilares e distribuição por toda capital, incluindo, cidades no interior do estado como Nova Olinda do Norte e Barreirinha.

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