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Nordeste e Norte são os mais afetados pela desigualdade social

Laércio Matias, de 53 anos, se esforça para empurrar o carrinho que usa para coletar papelão, no centro de São Paulo. Em um dia de sorte, ele ganha R$ 50 com a venda de 130 quilos do material. Ao caminhar pelas ruas da cidade, porém, não deixa de pensar no quanto a sua vida mudou nos últimos anos.

Operário experiente, Matias era empregado na construção de grandes edifícios comerciais da capital paulista. Não faltava emprego. Até que veio a crise e a família teve de aprender a se virar com menos. “Com o tempo, até as reformas sumiram e fui trabalhar na rua. A situação é difícil, mas tem gente pior. Passo por tantas famílias morando na rua que fico até sem graça de reclamar”, afirma ele.

Esse fenômeno atingiu de forma mais forte as regiões menos desenvolvidas do país. Estudo de pesquisadores da FGV aponta que a distância entre as regiões brasileiras aumentou nos últimos cinco anos, como consequência da recessão: enquanto a desigualdade da renda do trabalho medido pelo coeficiente de Gini cresceu quase 5% no Nordeste (chegando a 0,684) e no Norte (0,624), nas demais regiões ela cresceu na casa dos 3%.

O índice mede o grau de concentração de renda em um grupo, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e os dos mais ricos. Ele varia de 0 a 1. Quanto maior o número, maior a desigualdade.

O economista Daniel Duque, um dos responsáveis pelo estudo, aponta que, dos cinco estados que ficaram mais desiguais nos últimos cinco anos, todos são nordestinos. Nesse ponto, os últimos anos foram mais cruéis na Paraíba, no Maranhão e em Alagoas.

O avanço da desigualdade reflete a falta de trabalho formal, que afetou a renda das famílias. Nos últimos cinco anos, só 2 dos 27 estados, mais o Distrito Federal, não ficaram mais desiguais – Sergipe e Pernambuco, que já tinham índices elevados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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