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"Não tem base legal", diz David sobre relatório de suposta ligação com facção criminosa

Durante a coletiva, o prefeito de Manaus afirmou que irá tomar as medidas cabíveis contra os autores do dossiê, quem vazou do Ministério Público o documento e quem publicou a fake news

O prefeito de Manaus, David Almeida, e o vice-prefeito Marcos Rotta, realizaram, na manhã desta quinta-feira (27), uma coletiva de imprensa para desmentir acusações divulgadas em um dossiê vazado da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (Sispeam).

O relatório sugere que a campanha do político, em 2020, tenha destinado cerca de R$ 70 mil aos integrantes do Comando Vermelho, em troca de apoio. De acordo com divulgação do site Metrópoles, o documento foi construído com base em análises de celulares da organização criminosa. Um dos aparelhos periciados foi o de Lenon Oliveira do Carmo, conhecido como Bileno, morto em julho deste ano. Dois anos antes, porém, o então líder do CV foi preso, quando todos os municípios do país realizavam eleições locais

Durante a coletiva desta quinta-feira (27), David Almeida reagiu com indignação ao relatório. “Esse dossiê não tem base legal nenhuma, não tem nenhum sentido, tanto que desde 2021 está lá no Ministério Público (MP-AM) e não gerou inquérito nenhum, nenhuma ação. Isso é só para constranger a poucos dias da eleição. Foram encontradas mais de 30 inconsistências nesse relatório. E repito aqui, sou síndico desta cidade, sou aquele que a população escolheu e uma acusação falsa dessa não vai macular o trabalho que tenho feito junto com o Marcos Rotta”, enfatizou Almeida.

Produzido em 4 de novembro de 2020, o suposto dossiê foi encaminhado ao MP-AM em 8 de julho de 2021. Poucos dias depois, o então secretário da Seai e outros servidores foram presos na operação “Garimpo Urbano”, que investigava a ação de agentes de segurança envolvidos no desvio de cargas de ouro, obtidas durante abordagem aos transportadores.

Os áudios citados no dossiê foram solicitados pela defesa do prefeito de Manaus e apresentados no auditório da sede da prefeitura, no bairro Compensa, zona Oeste.

Medidas cabíveis

Durante a coletiva, o prefeito de Manaus afirmou que irá tomar as medidas cabíveis contra os autores do dossiê, quem vazou do Ministério Público o documento e quem publicou a fake news.

“A poucos dias das eleições do segundo turno, Marcos Rotta e eu estamos sendo vítimas de uma conversa de criminosos, um dossiê feito por criminosos e, de forma criminosa, vazado. Comete crime quem fez o dossiê, quem divulgou, quem compartilhou a informação do dossiê, quem publicou a informação, quem comentou e ofendeu o prefeito e o vice-prefeito. Nós temos mais de 700 pessoas que serão processadas. Chega de gracinha. Vamos processar a todos. Quebra de sigilo funcional é crime”, afirmou o prefeito.

"Maldosa e covarde"

O vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta, fez questão de classificar como maldosa e covarde a atuação da pessoa que produziu o dossiê ilegal, principalmente pelo fato de ele não ter sido sequer assinado, e ainda salientou que essa é a gestão municipal que mais trabalhou e vem mudando a realidade da capital amazonense, fato que incomoda opositores.

“Poderíamos estar nas ruas levando melhorias e benfeitorias à população de Manaus, como temos feito todos os dias, mas a gente tem que vir se defender de algo que não tem pé e nem cabeça, de alguém que é inconsistente, de algo que não leva sequer a assinatura, porque o covarde que produziu esse dossiê, nem ele acreditou nesse monte de baboseiras, que ele nem teve coragem de assinar. Além de promover uma maldade, ele é covarde por não assinar esse dossiê fantasioso. Ao fim desta gestão, eu não tenho dúvida que será a gestão mais exitosa da história de Manaus. Isso faz com que muita gente se incomode, principalmente por ver uma gestão trabalhadora”, destacou Rotta.

O titular da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), delegado Sérgio Fontes, informou que já foi solicitado à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) que um inquérito seja aberto para determinar o responsável pelo vazamento do dossiê e que uma lista de inconsistência presente no documento está sendo entregue aos advogados do prefeito David Almeida.

“Nós obtivemos esse documento há pouco tempo e ainda estamos analisando. Esse dossiê não tem número, não tem assinatura, não tem autorização judicial para quebra de sigilo. Enfim, são tantas inconsistências que cansaria a todos só de listar. Elas estão sendo listadas para que os advogados do prefeito busquem uma reparação civil, uma reparação criminal, que a gente busque apurar quem cometeu crime na elaboração do relatório e no vazamento a pouco dias das eleições. Isso certamente a Secretaria de Segurança vai apurar”, disse Fontes.

A Procuradoria Geral do Município (PGM), por meio do procurador-geral Ivson Coêlho, informa que já solicitou do MP-AM e da SSP-AM, que sejam tomadas as medidas cabíveis para que se descubra o autor do dossiê e também quem vazou o documento ilegal.

“Um documento apócrifo que não tem assinatura de ninguém que não faz qualquer alusão a qualquer procedimento prévio investigatório. Então, já solicitamos aos órgãos que façam apuração para buscar o servidor, que possivelmente tenha cometido a ilegalidade de vazar esse documento, para buscar a justeza do comportamento do prefeito”, explicou Ivson Coêlho.

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