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Em podcast, Denis Minev afirma importância do conhecimento digital para o futuro do varejo

“Um dos nossos objetivos é aprofundar, pensar no cliente como um cliente amplo e tentar ter mais relacionamentos com ele, seja em produtos, seja em serviços financeiros"

Diretor-presidente da Bemol

O podcast do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM) recebeu, no episódio lançado nesta quarta-feira (3), o diretor-presidente da Bemol, Denis Minev, para falar sobre suas perspectivas para o futuro do comércio manauara. Com mais de 80 anos no mercado, a empresa é uma das maiores redes de varejo da Amazônia Ocidental, e conta hoje com cerca de 3,8 mil colaboradores.

De acordo com Minev, a digitalização e o uso da inteligência artificial são áreas em que a Bemol tem realizado fortes investimentos nos últimos anos, em parceria com professores e estudantes universitários da região. O uso de inovação e tecnologia aplicados na economia possibilitam, por exemplo, prever clientes que podem ou não se tornarem inadimplentes, informação que influencia diretamente na decisão sobre concessão de crédito.

“Temos um número de startups de tecnologia que nasceram dentro da Bemol. Hoje, alguns dos principais investimentos da Bemol são ligados a redes neurais e aprendizagem de máquina na previsão de crédito, que é o coração da empresa. Isso é uma empreitada eminentemente acadêmica, onde o desafio principal é ter alguns dados sobre os clientes e, a partir daqueles dados, tentar prever se eles vão se tornar inadimplentes ou não”, afirma.

O diretor-presidente lembra ainda que a vida acadêmica sempre foi uma questão valorizada entre os membros de sua família. “A gente adora estudar e acho que todos os membros da família que já participaram da gestão de alguma forma se destacaram academicamente. Muitos foram professores universitários, [...] e isso está no DNA da empresa”, diz.

O diretor-presidente da Bemol lembra ainda que a vida acadêmica sempre foi uma questão valorizada entre os membros de sua família

Além da tecnologia, os estudos sobre as particularidades da logística de vendas e entregas no interior levaram a Bemol a conquistar o mercado em todo o Estado, e a competir no varejo digital com grandes empresas como o Mercado Livre. Segundo Minev, atualmente a Bemol supera todas as lojas de e-commerce (comércio eletrônico) no Amazonas e em Roraima, devido ao esforço de penetrar a região.

“Como varejista, o e-commerce é um nó estratégico complexo. No nosso caso, a melhor resposta que nós conseguimos até agora foi o desenho das nossas operações no interior. No interior, nós conseguimos hoje uma certa dominância no e-commerce, principalmente devido à logística. A gente foi destrinchando, cidade por cidade, em alguns casos de comunidade por comunidade. Se você comprar num site nacional, em algumas das comunidades nem entrega, né? Nós entregamos”, ressalta.

A variedade na oferta de produtos e serviços é outro diferencial da empresa dirigida por Minev. Além das lojas de varejo, a Bemol possui farmácias, lotéricas, mercados, centros de distribuição e oferece também serviços financeiros. Esse mix de produtos possibilita que a empresa tenha um relacionamento mais frequente com os seus clientes.

“Um dos nossos objetivos é aprofundar, pensar no cliente como um cliente amplo e tentar ter mais relacionamentos com ele, seja em produtos, seja em serviços financeiros. Hoje, nós temos uma conta digital, temos empréstimos e outros produtos que têm permitido uma evolução no nosso modelo de negócio”, afirma.

Profissão do economista nos dias de hoje

Formado em Economia, Denis Minev destaca, para estudantes da área e novatos na profissão, a importância do conhecimento em ciência de dados e da habilidade com linguagens de programação. O envolvimento desses ramos da tecnologia na carreira do economista é uma questão reforçada pelo Corecon-AM em seus debates recentes com o Clube de Finanças e demais ações e projetos.

"Nós não vamos mais recrutar pessoas do nível de um economista que não tenha um volume de habilidades digitais bem extraordinário”, afirma.

“O economista moderno tem que ser cientista de dados. Não dá para separar os dois e as oportunidades de carreira para quem consegue desenvolver essas habilidades são extraordinárias. Ciência de dados é notoriamente complexo, porque tem três habilidades que a pessoa precisa saber: tem que entender de negócio, tem que entender de estatística, que definitivamente não é a mesma coisa que a habilidade digital, e tem que conseguir manipular enormes bases de dados para extrair a inteligência”, explica.

“Para minha geração, eu acho que ainda é possível você ser um profissional que comanda um time e alguém no time tem habilidades digitais, mas no caso da Bemol, por exemplo, nós não vamos mais recrutar pessoas do nível de um economista que não tenha um volume de habilidades digitais bem extraordinário”, afirma.

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