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Lúcia Antony: ‘Bolsonaro é uma ameaça à soberania e à democracia do Brasil’

O batismo de fogo de Lúcia Antony foi feito por volta de 1977, quando os estudantes que caminhavam contra o vento, sem lenço e sem documento – após a ditadura militar esmagar com mão de ferro a União Nacional dos Estudantes UNE –, resolveram sair às ruas para lutar por mais liberdade, pelo fim da censura, pela anistia ampla geral e irrestrita, pelas Diretas Já (não só para presidente, mas para reitor também ) e até pela meia-passagem, uma conquista que até hoje está aí.

Lucinha, como era conhecida no movimento estudantil fazia parte do “politiburo” do PCdoB, comandado por Eron Bezerra, Vanessa Grazziotin, João Pedro (hoje no PT) e Omar Aziz (hoje no PSD),  que alçou um voo maior e chegou a governador. Alguns anos depois, quando não tinham mais 20 e poucos anos e o coração de estudante cobrava uma ousadia maior para derrotar as oligarquias e o que eles chamavam de “capitalismo selvagem”, onde a regra cruel  era “poucos com  muito e muitos sem nada, eles resolveram  encarar as urnas e invadir a praia do Poder Legislativo.

Nessa tarefa para casa do PCdoB, Lucinha se elegeu vereadora, fez um bom mandato e depois se afastou da política. Mas bastou um novo comando do partido para ela retornar à luta, dessa vez como candidata ao governo do Estado. Dessa vez, não tem mais os cabelos encaracolados soltos ao vento, curvando-se ao tempo e adotando adotado o estilo “senhora de cabelos grisalhos e presos”. O tempo pode ter passado, o discurso continua afiado e suas convicções política de esquerda  e sua  formação humanista mais firmes ainda.  Confira nesta entrevista ao Blog do Mário Adolfo:

Blog do Mário Adolfo – Candidata, você é ferrenha defensora dos governos de Dilma e de Lula. Não é isso mesmo?

Lúcia Antony, candidata ao governo do Estado pelo PCdoB — Eu não sou defensora ferrenha de Dilma e de Lula. Sou defensora dos projetos de governo que eles tiveram que, sem dúvida nenhuma, foi o melhor governo que o Brasil já teve. Então, nós defendemos muito esse governo. O PC do B ajudou esse projeto, porque é um projeto de desenvolvimento e inclusão social. Entendo que a gente precisa ter um filosofia de vida. E, minha filosofia de vida é o seguinte: ninguém é feliz sozinho. Nós precisamos viver em coletividade e precisamos aprender a valorizar esta convivência.

BMA – Por que a senhora quer ser governadora do Estado?

LA – Porque acho que eu tenho uma oportunidade de ajudar o meu estado a romper com tudo o que não deu certo. Na vida é o seguinte: não adianta você persistir no erro e depois reclamar de várias coisas que estão dando errado. Precisamos, portanto, mudar essa história que não tem resolvido os problemas do povo do Amazonas. O Estado cresceu, a economia cresceu, mas o povo não conseguiu melhorar de vida. Nós ainda temos uma população muito carente no Amazonas. Nós ainda temos gente passando fome e isso é inadmissível, por isso eu quero ser a governadora para poder romper com essa política de atraso e para implementar uma nova política de desenvolvimento, de inclusão social, de uma política pautada na nossa biodiversidade. Não podemos ficar completamente dependentes do Polo Industrial de Manaus – todo o governo é uma ameaça. Recentemente, o Temer tentou acabar com esse modelo Zona Franca e se não fosse uma atuação da senadora Vanessa, que entrou com um projeto no legislativo para impedir que a base do polo de concentrados fosse prejudicada, hoje, já estaríamos com menos de 15 mil empregos no Estado do Amazonas, portanto, quero desenvolver um Amazonas a partir da nossa piscicultura, das nossas frutas. Não tenho dúvida que nós podemos ganhar o mercado internacional se nós apostarmos na nossa agroindústria.

BMA – A senhora teve um mandato de vereadora muito importante, principalmente em defesa dos direitos humanos e das classes sociais menos favorecidas e, de repente, abandonou a política. O que aconteceu?

LA – Mário, eu, na verdade, nunca quis ser parlamentar. Sempre atuei politicamente, mas sempre disse para as pessoas que eu não tinha muito paciência para o parlamento. Eu fui vereadora e falo com toda tranquilidade: eu fiz um bom mandato. Apresentei propostas importantes, levei discussões importantes para a Câmara Municipal. Coloquei a pauta das lutas dos trabalhadores, das mulheres e da juventude na Câmara. Eu fui da geração – e você sabe bem disso porque fomos contemporâneos da universidade –, que conquistou a meia passagem de ônibus, uma luta travada pelos estudantes, no então Diretório Universitário (DU). E, quando tive a oportunidade de ser vereadora  fiquei ao lado dos estudantes e impedi que esse direito fosse tirado. Então, tenho muito orgulho do mandato que eu fiz como vereadora. Mas, decidi não disputar nenhum cargo como vereadora nesse período em que me distanciei do Parlamento, não da política.

BMA – Que avaliação a senhora faz, hoje, do papel do legislativo em nossa democracia? Nesse período que a senhora ficou afastada, houve um avanço ou continuamos com as velhas práticas políticas, onde vale tudo para se locupletar no poder?

LA – Olha, faço aqui, inclusive, uma autocrítica. Eu acho que nos governos Lula e Dilma nós não soubemos aproveitar melhor essa discussão e esse empoderamento da sociedade como um todo. Defendo muito a democracia parlamentar participativa. Eu acho que comecei a minha militância ainda muito jovem e entendi o seguinte: nós vimos uma ditadura militar e defendemos a democracia no Brasil e, mais do que a democracia representativa – que é essa que você faz através do voto –, sempre defendi a democracia participativa –, que é aquela que a população se organiza através do seu sindicato, da associação dos moradores, do movimento estudantil e passa a fazer política. Porque tem gente que acha que a política acontece por um acaso. Lembro da minha militância, ainda muito jovem no movimento de mulheres. Na época,  as mulheres do Distrito Industrial passavam pela revista íntima, isso poucas pessoas conhecem. Ao saírem da fábrica, elas tinham que tirar suas roupas íntimas para provar que não estavam roubando nada da empresa. Foi preciso uma luta intensa do movimento de mulheres para poder barrar isso e nós conseguimos barrar. Muitas mulheres para conseguir um emprego, era assediadas sexualmente. Nós lutamos e conseguimos que fosse proibido o assedio sexual e moral, que é o assedio que a mulher sofre no seu ambiente de trabalho. E que os homens também sofrem. Essas são lutas importantes que o povo brasileiro veio conquistando ao longo dessas décadas, portanto, eu defendo essa democracia participativa e sempre fui envolvida com isso. Fora do parlamento, mas sempre participando do movimento social.

BMA – Candidata, que análise a senhora faz do atual quadro sócio-econômico  do interior do Estado, hoje, no governo Amazonino, um governante que está em seu 4º mandato?

LA –Tenho uma crítica, principalmente ao governo Amazonino, que foi o Governo que  acabou com a Secretaria de Produção (Sepror). Como é que você vai desenvolver a economia do interior do Estado sem ter uma ferramenta importante, que é a Secretaria de Produção Rural?  Sem a secretaria, como  vai ajudar no desenvolvimento da nossa agroindústria, da nossa piscicultura, que são os carros-chefes do desenvolvimento do interior do Estado? Portanto, nós precisamos trabalhar isso. Mas do que isso, eu estou propondo em meu projeto de  governo um verdadeiro investimento em turismo. O Amazonas é um estado vocacionado para o turismo. E as pessoas, muitas vezes, veem o turismo como uma coisa para pessoas ricas, e o turismo tem que ser o direito de qualquer cidadão que trabalha e tem direito à férias e que pode fazer o turismo, inclusive na sua própria cidade. Então, podemos incentivar muito o turismo. O turismo comunitário, o turismo esportivo, o turismo de negócios… tudo isso irá gerar emprego e renda em todos os municípios do Amazonas porque temos potencial para isso.

BMA – Como a senhora avalia a situação da segurança no Amazonas? Inclusive com a infiltração de algumas pessoas, acusadas de participar do narcotráfico, na política do Amazonas?

LA – Essa questão da segurança é o ponto mais sensível que vem sendo debatido nesta campanha.  É preciso estar claro que não se resolve o problema da segurança com arma. Temos que combater a causa dessa violência e a causa dessa violência é justamente a sociedade injusta. A causa da violência é a cultura que foi sendo criada do individualismo, onde as pessoas acham que vão resolver os seus problemas sozinhas. Isso foi gerando uma cultura e uma geração de pessoas arrogantes, pessoas prepotentes, debochadas e violentas. Precisamos acabar com isso. Qualquer idiota pode ser debochado, mas nós precisamos acabar com isso. Pessoas que têm compromisso com o povo são poucas. Vamos acabar com essa violência atacando, em primeiro lugar,  as causas do problema, investindo em políticas sociais, em educação. Segundo, vamos enfrentar esse problema de forma mais imediata, mais presente. Não dá mais ara conviver com matança que nós estamos vendo todos os dias, nos jornais e nas televisões e esperar por projetos que só trarão frutos em três quatro anos. Agora, todo mundo sabe que boa parte dessa violência está ligada ao tráfico de drogas. E não só ao traficante, mas também aos dependentes químicos.  Então, precisamos atender as pessoas que estão na dependência química, que estão nas drogas mas não são traficantes, são doentes.  Vamos através dos CAPs, fazer o atendimento dessa população usuária para que ela possa não criar dependência e, se dependente, largar o vício. Aqueles que estão no processo mais avançado de dependência, precisam ir para o tratamento numa clínica onde possam ser reabilitados. E vamos fazer uma parceria, criar uma política de estado, segurança pública, que é uma polícia cidadã onde a comunidade pode e deve participar, onde a polícia vai ser respeitada pela população e não temida. Quem tem que temer à polícia são os traficantes, o crime organizado, os bandidos e não a população.

BMA (interrompendo) – Candidata, isso não seria um trabalho de responsabilidade de todo o sistema, e não só da polícia? A senhora fala na polícia cidadã, como isso funcionaria?

LA – Sim, a  população tem que participar para se sentir segura. Portanto, precisamos construir essa política de paz e de parceria com a sociedade para que a sociedade possa ajudar o Estado a resolver esses problemas. Por exemplo, eu tenho um filho envolvido com droga, então, o Estado vai estender a mão para que possa salvar esse filho. Aqui no meu bairro tem pessoas usando drogas, que não estão indo para a escola. Então, o comunitário vai ajudar a polícia denunciando o que está havendo para proteger sua família, porque não existe coisa mais triste do que perder  o filho para as drogas. Quando isso acontece, o caminho dele é cadeia, sarjeta ou cemitério.

BMA – A senhora acha que trazendo um especialista em segurança a peso de ouro resolve o problema?

LA – Olha, Mário, eu acho que não. Nós temos aqui no Brasil, no próprio governo do Amazonas, profissionais muito competentes. Tem uma coisa que tenho falado muito nos debates: essa turma que está aí tenta desqualificar o serviço público porque, na verdade, fazem o jogo do empresariado que quer ganhar esse dinheiro e prestar um mal serviço. Às vezes  até desviar recursos. E acabamos de ver isso  na operação “Maus Caminhos”, por exemplo. Portanto, quero trabalhar com o servidor público porque sei da competência que têm esses profissionais para desenvolver política pública de qualidade. Tenho certeza que na polícia do Amazonas nós temos inteligência suficiente para desenvolver um programa eficaz no combate à violência. Vamos valorizar esses profissionais, não só na polícia, mas em todos os segmentos do serviço público.

BMA – Candidata, os partidos de esquerda sempre tiveram muita simpatia do eleitor aqui no Amazonas. Mas, a gente viu um movimento um pouco atípico que é a extrema direita crescendo na preferência do eleitorado. Qual a sua avaliação e a que a senhora acredita que se deve isso?

LA – Eu acho que a população chegou num momento de desespero tão grande que acha que pode resolver tudo na força. Então, essa cultura da violência está sendo alimentada não só em Manaus, mas no Brasil inteiro. Se você pegar essas últimas novelas da Globo, ela vem sempre colocando o narcotráfico como uma coisa muito bonita, sedutora.  O traficante é um mais bonito que o outro e isso foi banalizando. Ao lado disso, nós temos os programas sensacionalistas que, em tese, dizem que para combater é preciso agir de forma individualista, da solução dos problemas através das armas, na bala. E isso foi sendo construído. E faz mal para todo mundo. O problema não é resolvido por aí. Violência só gera violência. E na violência você perde a oportunidade de ser feliz, porque você perde a esperança. E quem consegue ser feliz sem esperança? Quem consegue ser feliz sabendo que o seu filho ou a sua filha foi vítima de uma bala perdida? Que o seu filho ou sua filha pode ser vítima de um estupro, de um roubo? Porque, hoje, o tráfico está matando todo mundo. E nessa matança, muitos inocentes já foram vítimas e nós precisamos mudar essa cultura, porque essa cultura do ódio já impregnou a política brasileira. Precisamos entender que por traz de um partido político existe uma ideologia e, por trás dessa ideologia existe um compromisso. O compromisso deles não é com o desenvolvimento do Brasil e muito menos com o desenvolvimento social. O compromisso deles é fazer com que meia dúzia de pessoas ganhem dinheiro e o povo, através do medo, fique impotente para reagir. O que eles querem é um povo oprimido e nós queremos um povo livre. Precisamos acabar essa onda da violência. As mulheres estão dando um belo exemplo, indo para as ruas para lutar contra tudo isso. Usando “#elenao, #elenunca. Ele não nos representa. Ele é uma ameaça para a soberania e a democracia do Brasil.

BMA – Foi esse discurso de ódio que fez o Bolsonaro crescer nas pesquisas.  E mesmo com ataques virulentos às mulheres, achando que elas têm que ganhar menos que o homem, que o estupro é uma coisa natural – desde que a mulher seja bonita –, mesmo assim uma parcela do eleitorado feminino continua apoiando o candidato. Defendem e até brigam por ele nas ruas. Como a senhora analisa isso?

LA –  Não é admissível que uma mulher que quer ser respeitada, que quer ganhar um salário justo, uma mulher que quer receber do marido, do seu companheiro amor, carinho, como ela quer apoiar alguém que diz que mulher tem que ganhar menos, que mulher, se for bonita tem que ser estuprada, que mudar tem que ganhar menos porque engravida. Então, acho que é uma contradição. Mas outra coisa que tem que ser discutida é quais os interesses por trás disso. Porque sabemos também que existem grupos que ganham com esse discurso do ódio. Então, preciso entender que mulheres estão envolvidas no submundo e nós queremos discutir isso até para que essas mulheres se libertem. Não só da violência, mas desse submundo, dessa falta de informação. As mulheres precisam vir para a sociedade para fazer o que viemos nessa vida,  que é evoluir moralmente, materialmente e espiritualmente. Ninguém evolui com violência, quando tiram oportunidades ou negam direitos à maioria da pessoas. A gente quer desconstruir essa política do ódio e essa cultura da violência. Queremos construir a cultura das mulheres, do respeito à sociedade, do estender a mão à solidariedade. O que a gente quer ver é isso nessa campanha.

BMA — Qual o papel da classe média nessas eleições? Já vi a senhora dizer que a classe média não consegue enxergar a realidade dos fatos, quando fica contra o Bolsa Família, contra os direitos trabalhistas, como é essa situação?

LA – Tem um discurso que é feito, que é o discurso da meritocracia. Se você tem mérito, você vai ficar rico. E a classe média acaba embarcando nessa conversa. Inclusive eu já tive isso. Quando fui fazer odontologia eu fui para ficar rica, mas na faculdade eu percebi que isso era uma grande enganação. O capitalismo nos vende o sonho da riqueza e nos entrega uma velhice de necessidades. Eu comecei a me questionar: quantos dentistas milionários eu conheço? Nenhum. Quantos jornalistas milionários eu conheço? Poucos que viraram donos de grandes empresas. Quantos professores ricos a gente conhece? Então, esse sonho  é passado para a classe média intelectualizada. Isso é uma grande mentira! O que foi também acontecendo ao logo desse período é que essa política com desenvolvimento e inclusão social passou a fazer parte da cultura do Brasil. A classe média, quando achou que era milionária e o pobre deixou de ser miserável e viu que podia ascender à classe média, se criou essa falsa ilusão. Mas a classe média  começou a achar que ela não estava ficando milionária porque os pobres tinham saído da pobreza. E os miseráveis tinham deixado de ser miseráveis. Mas, só hoje ela consegue perceber que estava enganada e começa a fazer autocrítica. Tenho recebido muito apoio desse segmento nas universidades e a minha candidatura vem crescendo porque eles entenderam que tudo o que foi feito de inclusão social no Brasil favoreceu a classe média. O dinheiro que pegou da aposentadoria pode abrir um salão, um restaurante, pode criar um empreendimento que passou a gerar uma renda extra para esses que já são aposentados ou criou condições para que os filhos dessas pessoas passassem a ser empreendedores. Mas agora, dois anos depois, eles sentiram o baque. Em dois anos eles viram o que é a falta de compromisso coletivo.

BMA – Com a queda do governo do PT, ocorrida depois do impeachment da presidente Lula, o Brasil mergulhou numa crise sem precedentes.  Quem errou, a política do passado, com Dilma, ou  o “governo golpista” do Michel Temer, como a esquerda chama?

LA – Em dois anos a riqueza no Brasil aumentou muito. E esses milionários estão saindo do Brasil. Eles ganham dinheiro no Brasil e vão viver no exterior. A classe média que sonhava com essa ascensão, hoje está vendo o declínio. Quem alugou a sua casa no centro da cidade para comprar apartamento na Ponta Negra, por exemplo, hoje, já não consegue mais alugar a sua casa. Então está tendo que vender a casa por um preço bem mais baixo para poder tentar quitar o apartamento que comprou. Muitos não vão conseguir e vão acabar perdendo a casa que tinham no Centro e o apartamento de luxo da Ponta Negra. Muitas lojas fechando e os comerciantes hoje não conseguem nem alugar e nem vender o ponto. Estava vendo uma matéria na época em que o governador do Rio foi preso, que dizia que os ricos brasileiros têm um gasto mensal de R$ 350 mil. Tem gente que compra um apartamento de R$ 250 mil para pagar em 20 anos e acha que é rico. Então, essa falta de consciência de classes é que faz com que as pessoas se enganem com tudo isso. E essas que se enganaram, por algum tempo, que achavam que o problema para resolver é a violência.

BMA – A senhora é parceira política da senadora Vanessa Grazziotin desde o movimento estudantil. Dificilmente na política, a gente vê uma parceria que dure tanto, geralmente as pessoas mudam de partido, brigam entre si, mas, vocês, continuam lado a lado, desde que eram estudantes. Como a senhora avalia o crescimento da senadora que se firmou no cenário político nacional e o risco que existe hoje em torno de sua reeleição?

LA – Tenho muito orgulho de ser amiga da Vanessa, de ter me aliado com ela todos esses anos. E eu quero lhe dizer que não existe risco dela não se reeleger. Vanessa já está reeleita. As pesquisas apontam isso. A gente vê isso na rua: o apoio, o carinho. Existiam críticas por Vanessa ter se mantida fiel ao ex-presidente Lula e a presidenta Dilma, os o golpe de Temer. Mas o tempo mostrou que ela estava certa. Hoje, a gente vê claramente que a Vanessa foi a única da bancada do Amazonas que sempre esteve ao lado dos trabalhadores esse tempo todo. A Vanessa foi, sem dúvida nenhuma, o maior destaque da política amazonense em todos os tempos. A Vanessa, quando derrotou o Arthur não derrotou apenas o candidato do PSDB, ela derrotou a direita atrasada do Amazonas. A Vanessa foi a primeira mulher de esquerda a ocupar uma vaga no senado pelo nosso estado. Portando, a Vanessa tem méritos e qualidades que pouca gente tem. Ela trabalha muito. Tem projetos importantes. A Vanessa está sempre presente nos momentos mais decisivos da vida dos trabalhadores. A Vanessa conseguiu melhorar a aposentadoria dos vigilantes, dos aposentados da borracha, a Vanessa foi autora da lei que Tipifica o Infortúnio nos seus postos públicos, penalizando essas pessoas. A Vanessa, portanto, tem várias ações além de muitos recursos do Estado. Quando muitos parlamentares encaminham suas emendas para projetos, que nem sempre eram tão importantes, a Vanessa sempre procurou investir nas instituições públicas: na UFAM, UEA, institutos de pesquisa, porque entendemos que é importante fazer o desenvolvimento do nosso estado acontecer, que a ciência e a tecnologia são fundamentais. Quando Eron Bezerra foi secretário de produção rural, não tinha praticamente orçamento porque a Sepror havia sido destruída pelo governador Amazonino Mendes, no governo anterior, a Sepror foi reconstruída e a Vanessa ajudou muito com emendas. Então, foi criado vários feirões, onde o produtor rural trazia o produto pra vender e ganhar mais e a população ganha também porque compra produto mais barato. Ele investiu em caminhões para que esse produtor trouxesse seu produtos e ônibus para que pudesse ser transportado. Tenho muito orgulho de fazer parte da Vanessa. Ela tem sido uma representante desse nosso anseio de progresso e de justiça social. Ela representa muito isso que nós defendemos e lutamos a vida inteira.

CONFIRA A ENTREVISTA:

Fotos: Marcus Vinícius Pessoa/ BMA

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