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No filme The Papper (1994) Henry Hackett  (Michael Keaton) trabalha como editor em um jornal de pequeno porte em Nova York, “The Sun",  um tablóide sensacionalista novaiorquino concebido à imagem do "The New York Post" e do "Daily News". Mesmo apaixonado pelo jornal impresso, ele anda cansado das longas horas de jornada diária e baixo salário (qualquer semelhança com as nossas redações não é mera coincidência).  Para aumentar seu descontentamento, o jornal está com problemas financeiros  e começa a cortar gastos (com semelhança com nossas empresas jornalísticas não é mera coincidência).

Quem já passou por uma redação de jornal, vai sentir na pele que  The Paper tem todos os elementos que  perneiam a vida de uma redação. Deadline sufocante, telefone tocando, editor gritando, dono de jornal ligando para mudar manchete – mesmo sem entender nada de jornal –, um veterano secretário de redação, Bernie White (Robert Duvall), morrendo de fumar; o editor obcecado pela manchete e disposto a qualquer coisa por um “furo” (Michael Keaton) e a ex-editora e atual diretora administrativa Alicia Clark  (Glen Close), ressentida e capaz de tudo por um pouco mais de poder e dinheiro.

O filme começa com dois rapazes negros que acham os corpos de dois executivos brancos assassinados no Bronx. Os rapazes são presos sob suspeita de crime racial, enquanto os jornais da cidade se debatem para conseguir o furo do dia e a verdade do crime. O jovem editor decide “cavar” o furo  e,  quando um de seus repórteres descobre que os jovens acusados são inocentes, Henry tenta impedir a impressão do jornal que estava saindo com a manchete errada,  acusando os garotos de “assassinos”. Mas, preocupada apenas com a tiragem, o avançar das horas,  a venda e a distribuição do jornal,  Alícia se põe na frente para que a rotativa  continuasse a impressão. O editor troca socos com a diretora, mesmo com a cabeça sangrando consegue apertar o botão e parar a rotativa. Ele vai embora. Mas, pela manhã, ao pousar os olhos sobre uma banca descobre que a manchete do jornal era a dele e que a turrona diretora usou do bom senso e abortou a  primeira manchete, mentirosa,  e publicou a verdade.

Contei tudo isso pra dizer que parar uma rotativa e mudar a  manchete de um jornal não é tarefa das mais fáceis. Principalmente se você tem 20 e poucos anos e está longe de vir a se tornar um editor.  Tudo começou quando, na tarde do dia 17 de abril de 1983, num daqueles dias que, parecia não estar acontecendo  nada. Por volta das 14h, o editor de Cidades, Mário Monteiro, me entregou uma pauta que em duas linhas, datilografadas numa tira de lauda, orientava: “Avião Líbio teve problemas técnicos e está no aeroporto Eduardo Gomes. Vamos lá ver do que se trata”. Fiz sinal para o Carlos Dias e entramos no fusca azul e branco do jornal, pilotado por João, um negro boa praça, já “coroa”, que gostava de jornalismo tanto quanto os repórteres que conduzia.

Numa época em que não havia internet, celulares e a comunicação era feira por telex ou cartas, nossa surpresa  foi chegar ao local e encontrarmos um batalhão de jornalistas e uma operação militar que parecia a preparação contra um ataque nuclear.

A coisa não era tão simples como um editor  havia vendido. Era muito mais séria. E poderia até mergulhar o Brasil desaguar numa crise internacional. A muvuca se formara depois que quatro cargueiros líbios – um C-130 Hércules e três Ilyushin IL-76 TD – lotados de armas e munições foram retidos em Recife e em Manaus. Eram modelos com capacidade para transportar, respectivamente, 20 e 40 toneladas e estavam entre os maiores cargueiros do mundo.

Coleguinhas da imprensa informavam que, oficialmente, os aviões haviam saído de Trípoli com destino à Colômbia e realizaram uma escala autorizada nos aeroportos de Manaus e Recife. O C-130 que pousara no Recife teve problemas no motor na travessia sobre o Atlântico e não pode seguir com os demais que acabaram retidos em Manaus. O pouso foi autorizado por razões técnicas, obedecendo normas internacionais de transporte aéreo. As aeronaves rumavam para a Colômbia, com um carregamento de remédios e alimentos.

Mas o destino – descobrimos isso depois –, não era a Colômbia. Naquela época, tempos de Guerra Fria,  o governo americano andava atolado até o pescoço em uma série de problemas mundo afora. Um deles era  a guerra de guerrilha de rebeldes sandinistas na Nicarágua para derrubar o ditador Anastásio Somoza, além das guerrilhas no Peru e Colômbia. Naquela época, também se especulava que caças MIG-21 seriam entregues pelos Cubanos ou Soviéticos às FAS – Forças Armadas Sandinistas. De fato isso nunca chegou a acontecer pelas vias acima citadas, mas quase ocorreu pelas mãos dos Líbios. As armas tinham como destino a Nicarágua.

De acordo com o Jornal do Brasil, alertados muito provavelmente pelos americanos as autoridades brasileiras ordenaram a verificação da carga constante nos aviões. E foi aí que a tripulação dos líbios disseram “em nossas aeronaves ninguém entra”.

Considerado um dos mais experientes  e enérgicos oficiais do Exército Brasileiro, que comandava desde 1980   o Centro de Instruções de Guerra na Selva (CIGS), no Amazonas, o Coronel Gélio Fregapani comandava a operação colocando homens armados nas áreas externas e internas do aeroporto. Até no telhado. O homem era brabo e não queria papo com jornalistas.

Por volta das 18h já haviam desembarcado em Manaus correspondentes da IstoÉ, Veja, Times, Jornal do Brasil, Estadão, Folha de S. Paulo,  O Globo,  Correio Braziliense, O Liberal.  Entre os jornalistas corria de boca em boca a informação de que ditador líbio Mohhamad Kadhaffi, que governou a Líbia durante quatro décadas com mão de ferro, dera uma entrevista momentos antes e teria ameaçado invadir o espaço aéreo brasileiro e resgatar seus cargueiros em Manaus e em Recife. Boato ou não, Fregapani mandou evacuar o aeroporto, cancelar os voos, expulsar repórteres, fotógrafos e cinegrafistas para depois do tanque de tartarugas que existia no antigo “Eduardo Gomes” e determinou que fossem apagadas as luzes.’

Avião líbio no aeroporto de Manaus e Mário Adolfo à esquerda

A partir dali, o aeroporto mergulhou num silêncio mortal. Todos quietos esperando o “ataque” de Kadhaffi, considerado um maluco, sanguinário e que não temia nada.  A noitinha começou a chover e os jornalistas encharcados se acomodavam por trás dos arbustos, acocorados, observando de longe, desconfiando que seriam, num futuro muito próximo, testemunhas ocular do estopim para a Terceira Guerra Mundial.

Qualquer clarão no céu, um repórter mais paranoico e excitado, se apressava  a balbuciar, tremendo de frio e medo:

— Lá vem a  fera!...

Mas, não era a fera. Eram relâmpagos que clareavam o céu.  A noite avançou e a gente lá encolhido, com frio, e o aeroporto na escuridão. Soldados de farda camufladas apontavam metralhadoras e fuzis para o alto, esperando Mohhamad Kadhaffi. E nada do ataque. Nossas cadernetas de espiral, usadas para anotações, molhadas, já estavam um bagaço. Fotógrafos e cinegrafistas tentavam proteger suas lentes e câmeras da chuva, cobrindo-os com coletes.  Pacientemente como quem arma uma tocaia na selva, tentávamos, no exercício de paciência, conter a ansiedade, o medo, a sede e a fome.

Por volta das 21h40, sem telefone para avisar a redação e aos próprios familiares, propus ao Carlos Dias retornarmos à redação.

— Carlão, isso aqui não vai rolar mais nada. A principal informação nós já temos. E, pelo fuso horário, se pintar alguma merda, a imprensa lá de fora também não vai dar.

O repórter fotográfico concordou e fomos embora, com João reclamando da hora e já pensando seriamente se gostava mesmo tanto assim de grandes reportagens.

Na época, A Crítica funcionava na rua Lobo D’Álmada 278. Já passavam das 22h. Antes de sair do carro observei que as luzes estavam apagadas e achei estranho, afinal, eu estava com a manchete do jornal. E que manchete!

Como um pinto molhado, subi a escada correndo e entrei na redação. Não havia viva alma.

— Eu não acredito nisso! Os caras fecham o jornal e  nem querem saber se tem equipe na rua – reclamei.

— Isso é muita putaria! –, resmungou Carlão.

Inconformado, resolvi tirar aquele indiferença a limpo. Peguei o interfone e liguei para a portaria.

— Mamed, cadê o Peri?

Peri Augusto era o chefe de redação, que trabalhara com Umberto Calderaro no O Globo,  no  Rio, e veio para  Manaus “ensinar os meninos a fazer jornal”. Um grande profissional, mas, pelo avançar da idade já não tinha lá muito “saco” de fechar jornal tarde.

— Ele está lá no restaurante do Lobo D’Álmada –,  dedurou Mamed.

O Hotel Lobo D’Álmada ficava a poucos metros do jornal e era pra lá que Peri caminhava, com as mãos nos bolsos da calça de brim caqui,  onde amassava umas caipirinhas antes de ir pra casa.

— Carlão, vai lá para o laboratório revelar as fotos que eu vou lá com o Peri. Corri até o hotel onde Peri já havia tomado algumas a mais e falou com voz pastosa e  tragando o Hollywood.

— Seo Peri,  estou com a manchete. Tem três aviões líbios até o talo de armas retidos no Eduardo Gomes. A imprensa inteira está aí e o Khadaffi disse que vai invadir Manaus e resgatar seus aviões na porrada – expliquei num só fôlego.

— Guerrilheiro – vez por outra ele me chamava assim, por causa da minha militância no movimento estudantil –, escreve uma notinha e publica no Sim&Não.

Fiquei furioso. Então o furo do ano, que “todos os jornais do mundo vão publicar amanhã” ia virar uma “notinha” na coluna de opinião?

Voltei pra redação e, enquanto começava a escrever a matéria, pedi pro Carlão  sondar, lá na impressão, onde o jornal já ia começar a rodar, qual seria a manchete. Carlos retornou em cinco minutos.

— Tu não vais acredita. “BOARÍ FERIDO A FACA.

Aí é que a minha indignação aumentou. Boarí era um advogado porta de cadeia que volta e meia estava nas manchetes pois era “muito amigo” dos repórteres policiais. Numa discussão com um detento dentro da penitenciária “Raimundo Vidal Pessoa” ele foi ferido de raspão no braço. Manchete, aquilo? No dia em que estávamos vivendo uma crise internacional com consequências imprevisíveis? Não! Era demais para o meu coração de jornalista recém formado. Foi aí que resolvi ligar pra a casa do dono do jornal, Umberto Calderaro, que era mais jornalistas do que empresário. Quem atendeu foi sua mulher Rita.

— Dona Rita, boa noite! Desculpe a hora, mas aqui é o Mário Adolfo e eu preciso falar com seo Calderaro, urgente.

— Mas menino, o que tu fazes no jornal uma hora dessas? – perguntou dona Rita com a maior calma desse mundo.

— Um probleminha aqui que só ele pode resolver, dona Rita...

— Olha, meu filho, vai ser difícil. O Umberto saiu daqui com o Oséas para comer uma caldeirada. Sabe lá onde...

— Tá bom, obrigado –, desliguei.

Umberto Calderaro

Oséas de Carvalho era um diagramador do Rio de Janeiro e também amigo do Calderaro. Vez por outra, quando o projeto gráfico de A Crítica começava a se desfigurar, lá vinha o Oseas para fazer os ajustes. Era um boa praça  e o Calderaro gostava muito dele. Eu também. Por isso raciocinei.

— Bom, se o Oséas está lá, vai rolar o whisky e vão jogar conversa fora  até tarde...

Naquela época, Manaus tinha apenas quatro ou cinco casas que serviam um peixe de respeito. O “Canto da Peixada”, “Chapéu de Palha”, “Panorama” (Educandos) e “Guadalarara”. Fiz a lista, consultei as Páginas Amarelas, anotei os números dos telefones e saí ligando um por um.

— Boa noite, o jornalista Umberto Calderaro está aí?

A resposta era a mesma, em todos:

— Ele vem sempre aqui, mas hoje não apareceu...

Já estava para desistir quando ouvi a campainha da oficina e logo em seguida o ronco da rotativa avisando que começara a impressão. Não havia mais para quem ligar. Já havia tentado todas as peixarias e nada do “Cidadão Kane”. Estava para ligar o “foda-se” quando, num estalo de memória, lembrei que faltava uma. E justamente próximo à casa do chefe: Timoneiro, no final da rua Paraíba. Consultei novamente o catálogo e liguei pra lá. Quem atendeu foi o caixa:

— Boa noite, o seo Calderaro está por aí?

— Está sim. Está jantando. Quem vai falar?

— É do jornal, urgente!

Ainda bem que naquela época já tinham inventado o telefone sem fio. O caixa levou o aparelho até à mesa do jornalista.

— Alô, seo Umberto, aqui é o Mário Adolfo...

—  Uma nora dessa? O que que tu queres, porra? – respondeu meio puto por ser incomodado. Fui direto ao lead:

— Tá acontecendo o seguinte. Tem três aviões da Líbia retidos no aeroporto. Os líbios dizem que são remédios, mas suspeita-se de um carregamento de armas. O Kadhafi disse que vai invadir pra resgatar a porra dos seus aviões. O Exército cercou e evacuou o aeroporto. Carlão e eu estamos na porra daquele aeroporto desde às 14 h e, ao chegamos aqui no jornal, não tem mais ninguém...fecharam  o jornal e foda-se! –, choraminguei.

— Porra, cambada de filhos da puta! – reagiu.

— E o que é pior, seo Umberto. Sabe qual é a manchete?

— Qual?

— “Boarí Ferido a Faca...” Dá até vergonha. A imprensa do mundo inteiro está aí. Vamos pegar o maior furo! –, toquei terror.

Como eu disse, Calderaro era mais jornalista do que muito editor daquela época. Depois de uma ligeira pausa, que para mim parecia uma eternidade, o “Velho Caldera”, como a gente chamava,  me chamou na responsa:

—  Porra, tu segura a capa? Tem colhões  para abrir o jornal e mudar a manchete? –, desafiou o poderoso chefão.

Passou um frio pela minha barriga. Era um aprendiz de jornalista, nem sonhava em editar uma página interna, quanto mais uma capa. Mesmo assim ousei:

— Pode deixar comigo que eu faço.

— Então abre essa porra! –, determinou Calderaro. E desligou.

Correndo para a oficina olhei de relance o relógio de parede da redação. Já passavam das 23h. Entrei esbaforido na impressão onde os primeiros cadernos já estavam saltando da rotativa. Quentinhos e cheirando a tinta. Ergui os braços e gritei:

— Parem o rotativa! Vou mudar a manchete.

O chefe da oficina era um cara chamado Silveira, que me olhou com cara de poucos amigos e retrucou:

— Tá ficando doido, moleque? Com ordem de quem?

— Do seo Umberto, ora...

— Não acredito, o Calderaro já foi embora faz tempo.  Não vou parar nada. Já rodamos mais de 800 jornais  e vai ser um desperdício muito grande de papel.

Observei que bem ao lado havia um telefone todo sujo de graxa, sobre uma mesa pequena.

—Silveira, pegue esse telefone e ligue pro seo Caldeiraro. Este está no Timoneiro com o Oséas. Taquí o número, liga pra ele!

Com a sobrancelha arqueada e querendo comer o meu fígado, Silveira pegou o telefone e ligou.

— Alô? Seo Calderaro? É pra mudar a manchete?

Fez cara de muxoxo e em seguida caminhou a até a chave e apertou o botão vermelho parando a rotativa. “Cada uma nesse jornal...”, resmungou.  E depois, virando-se para mim, de dedo em riste, disse em tom de desabafo:

— Olha aqui rapazinho, a manchete tem que ser em duas linhas, para não mexer na porra da diagramação, porque uma dessas não tem mais diagramador, entendeu? E a foto tem que ser horizontal. Ho-ri-zon-tal! Não me vem com foto em pé que vai dar merda! – disse, visivelmente puto comigo.

Voltei pra redação e o Carlão trouxe uma foto espetacular. Um soldado do exército em cima do telhado do aeroporto, apontando um fuzil pro céu cinzento. Fiz a chamada da capa, a  legenda e na mesma lauda escrevi a manchete, no mesmo tamanho que Silveira exigia. A antiga era em duas linhas:

“BOARI FERIDO A FACA

EM BRIGA NA CADEIA”

Que eu substituí por:

CLIMA DE “GUERRA” EM

TORNO DOS AVIÒES LÍBIOS

Naquela madrugada, só fui para casa quando a rotativa, novamente, voltou a roncar e imprimir a minha primeira manchete de capa. Por volta das 2h deixei a redação com o peito  inflado de orgulho, um ligeiro sorriso de vitória,  a certeza de que aquela era a vida que eu queria viver – e fui dormir feliz.

Mohhamad Kadhaffi governou a Líbia

No outro dia, passei em uma banca e comprei o jornal com um sorriso que ia de ponta a ponta da orelha. E segui, de ônibus,  para o jornal. Ao passar na portaria, o segurança Souza  me entregou dois envelopes:

— O seo Calderaro mandou te entregar isso! – disse, me passando  dois envelopes. Num deles estava escrito “para Mário Adolfo” e no outro “Para Carlos Dias”. Abri o meu e lá estava um pacote de cédulas de Cruzeiros Novos. Bem mais do que o salário que eu ganhava na época. Quando entrei na redação, Pery Augusto nem deixou em me acomodar em minha mesa e veio em minha direção furioso:

— Que foi que deu ordem para o senhor mudar a capa do jornal, seu atrevido?

—  Desculpe seo Peri, mas foi o Calderaro. E acho que ele gostou, porque veja o que ele meu deu! –, abri o envelope  mostrei a pacoteira.

Naquele dia, o setor de distribuição nos avisou que a tiragem se esgotaram antes das 10h.

Quanto ao impasse dos aviões, a história oficial registraria dias depois que, em 1978, o presidente Anastásio Somoza havia sido deposto pela Frente Sandinista de Libertação Nacional ( FSLN)  e tentava, a toda custa,  retomar o poder com o apoio dos Estados Unidos, que financiavam os "Contra" (com dinheiro do lucro das armas vendidas pela CIA ao Irã – Caso Irã Contra), para derrubar o governo sandinista. E o impasse só teve fim quando o Ministério da Defesa do Brasil determinou a abertura dos cargueiros. Após a verificação do “relatório oficial” brasileiro "dava conta" que a bordo das aeronaves  foram encontrados fuzis russos, canhões franceses, munição da Ucrânia e "variadas caixas sem identificação externa". Rumores surgiram de que muitas das pessoas a bordo eram terroristas, com destino a El Salvador.

Devia ser mesmo, porque todas as vezes que um fotógrafo apontava a câmera em sua direção, eles empunhavam garfos e facas e rangiam os dentes. Mas essa é outra história.

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