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A arquitetura fico mais pobre nesta quinta-feira, 10/12, ao perder para a Covid-19, o gênio de Severiano Mário Porto, o arquiteto que dedicou toda a sua vida a criar grandes, ousados e revolucionário projetos no Amazonas - entre eles o Campus da Universidade do Amazonas (Ufam), a Suframa, sede do Banco da Amazônia (Basa), o Fórum Ministro Henoch Reis  e  o inesquecível restaurante Chapéu de Palha. Quase todas as obras já demolidas pela insensatez e fata de respeito do poder público que não preservou esse patrimônio arquitetônico.

Aos 90 anos, Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto  nasceu em Uberlândia no Uberlândia no dia 19 de fevereiro de 1930. Formou-se em Arquitetura pela Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, em 1954. Escolheu o Amazonas para viver e, sua identidade com o a região era tamanha que ele  ficou conhecido como conhecido como o "arquiteto da floresta", ou "arquiteto da Amazônia".

Seus projetos quase todos eram  abertos, arejados e ventilados – como o Henoch Reis e as salas de aula do Campus Universitário, além de usar muita madeira da Amazônia e até palha, no caso do restaurante da antiga Vila Municipal.

—  Ar condicionado pra quê?”, costumava dizer. Por isso ficou famoso por conceber um modelo único de arquitetura amazônica e sustentável, que une técnicas desenvolvidas por ribeirinhos. Índios e  caboclos com as mais modernas e inovadoras criações da arquitetura.

O presidente da Academia Amazonense de Letras e ex-secretário estadual de Cultura, Robério Braga, lamentou a  morte do grande arquiteto. Para ele, a perda do “mestre da arquitetura tropical” impõe ao País e ao Amazonas, em particular, “um vazio profundo”.

— Chegado a Manaus na leva da expedição cultural motivada pelo governador Arthur Reis, nos anos 1960, Severiano  ofertou uma visão diferente sobre a edificação na região e elaborou projetos inconfundíveis muitos deles premiados internacionalmente entre eles o Chapéu  de   Palha que concebeu com meu irmão, Jose Braga. Defendia uma cidade horizontal em favor da qualidade de vida e o uso de materiais regionais. Grande mestre! – comentou Robério.

Há quase 10 anos, severiano morava em Niterói (RJ). Contam que ele foi embora magoado, com a falta de respeito à sua obra, quase toda destruída.

Principais obras

1965 - Estádio Vivaldo Lima, Manaus

1967 - Restaurante Chapéu de Palha (demolido)

1969 - Edifícios como a sede da Petrobrás

1971 - Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus Suframa, Manaus)

1971 - Residência do Arquiteto, Manaus

1973 - Campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

1977 - Escola de Música e Clube do Trabalhador do Sesi, em Fortaleza

1978 - Residência Robert Schuster, Tarumã, Manaus

1983 - Centro de Proteção Ambiental de Balbina, Presidente Figueiredo

1979 - Pousada dos Guanavenas, Ilha de Silves

1992 - Parque Urbanização de Ponta Negra, Manaus

1994 - Sede da Aldeia Infantil SOS (ONG vinculada à Unesco)

Sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT)

Sede do Fórum de Justiça Henoch Reis

Escola de madeira pré-fabricada Elizabete Rodrigues de Campos

Crea emitiu nota de pesar
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