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Manauara faz da cheia do Centro a ‘Veneza de águas pútridas’

Os manauaras aproveitaram o domingo de mormaço para se aglomerar  em  torno do relógio municipal e do histórico prédio da Alfândega, área onde as águas do Rio Negro cobriram o asfalto. Os 'turistas' empunharam seus celulares para filmar, fotografar e fazer selfies como se estivessem diante da uma atração turística como os canais de Veneza ou a Torre de Pisa.

Homens, mulheres e crianças disputando o espaço para pegar o melhor ângulo da fotografia, enquanto o mau cheiro de água putrefata invadia o ar.  Ônibus circulavam pela área do Porto de Manaus com a água cobrindo até à metade dos pneus, principalmente na esquina do prédio da Alfândega. Para subir no veículo, passageiros tinham que fazer malabarismo na tentariva de não molhar os pés.

“Essa água está podre. É um perigo para a saúde”, disse dona Marly Pereira de Souza, que todos os domingos vai à missa na Catedral de Manaus.

Passarelas foram erguidas nas ruas - Fotos: Mário Adolfo/ BMA

Recorde

De acordo com as noticiário que circulou neste domingo, as águas do Rio Negro atingiram a marca de 29,97 metros.  Isto significa dizer que a cheia de 2021 atingiu o recorde histórico de 2012. No sábado o rio permaneceu estável e neste domingo subiu 2 centímetros.

Para quem não lembra, em 2012 foi registrada a maior cheia em 110 anos. Mais de 29 mil pessoas foram afetadas pela enchente, que inundou casas, comércios e pontos turísticos da cidade. A cheia atingiu o Centro histórico, como a de agora,  e outros 15 bairros da capital.

Vanessa, Mário Adolfo e Eron

Vanessa e Eron colhem imagens

— Mas a tendência é que ela permaneça estagnadas a partir de hoje. Ao menos é isso que estou lendo aqui –, disse a ex-senadora  Vanessa Grazziotin (PCdoB), manuseando o celular. Ao lado do marido Eron Bezerra, ex-deputado e agora professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ela colhia imagens feitas por sua equipe formada de fotógrafo e cinegrafista.

Em conversa com o BLOG, o presidente do PCdoB comentou que a  enchente é um fenômeno natural, histórico, já registrado em 1817 pelo naturalista inglês Alfred Russel Wallace por isso já teríamos que ter aprendido algum coisa para evitar as mazelas de sempre.

Vanessa acredita que vazante está próxima

—  Nosso povo está habituado, aprendeu a lidar com elas. Mas é preciso que o poder público aja: há duas alternativas tecnológicas que nosso governantes precisam lançar mão, dentre elas uma contenção para reduzir os efeitos da enchente e, paralelamente, saneamento básico para evitar esgoto a céu aberto –, observa o comandante comunista.

Vanessa Grazziotin deduz que,  na verdade, a água que invade o Centro histórico de Manaus não vem direto do Rio Negro para o asfalto, mas pelo esgoto que vem acumulando  lixo há muito tempo e “isso explica o mau cheiro que exala das águas”.

Relógio Muncipal ficou ilhado
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