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Jurados criticam ‘black face’ de Catirina e Pai Francisco no Festival de Parintins

A comissão de jurados que julgou o Festival Folclórico de Parintins de 2019 fez uma densa crítica à festa e, em carta, pediu que os bois repensem a encenação para as próximas edições. Dois personagens importantes do festival, Pai Francisco e Mãe Catirina, são representados, costumeiramente, por pessoas brancas pintados de preto, o que culturalmente chama-se de ‘black face’. Para os jurados, já está na hora deste hábito acabar.

“O black face é a reprodução de esteriótipos racistas. Quando colocamos pessoas que não são negras para representar negros e os pintamos de preto, estamos sendo desrespeitos com a raça. Se os índios são representados por pessoas com traços indígenas e os brancos são representados por brancos na festa, nada mais justo que Catirina e Pai Francisco sejam representados por pessoas negras. No século passado black face era usado para ridiculizar os negros”, criticaram os jurados.

Os jurados vieram dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais, destes dois últimos estados vieram dois jurados de cada. Os avaliadores possuem qualificações de mestrado, doutorado e pós-doutorado nas áreas que envolvem os blocos comum/musical, cênico/coreográfico e artístico.

Curiosamente, este ano, o Caprichoso veio com Pai Francisco e Catirina sem a satírica pintura negra no último dia. O Garantido ainda trouxe personagens pintados de negro em todos os dias.

Caprichoso veio sem ‘black face’ no último dia do festival deste ano. Foto: Ana Clarissa/ BMA
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