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Fabíola Gadelha era ameaçada em Manaus e só andava escoltada

A Record montou uma operação de guerra para ter a jornalista Fabíola Gadelha nos últimos cinco meses trabalhando em Manaus. Ameaçada de morte, a repórter e apresentadora só andava em carro blindado, escoltada por policiais militares, e trocava de hotel com frequência, para despistar inimigos. Por segurança, sua família permaneceu longe, e ela viajava para São Paulo todo fim de semana. As informações são do Notícias da TV.

Gadelha foi deslocada para Manaus para ajudar a Record a alavancar sua nova emissora no Amazonas. Apesar de estar no longínquo canal 36.1, Fabíola conseguia levantar a audiência da casa de 2 pontos para 7 com um telejornal policial na hora do almoço. Na capital do Estado, cada ponto no Ibope equivale a 6.201 domicílios.

Na última sexta-feira (1º), Gadelha pegou um voo para São Paulo e não voltou mais a Manaus. A partir de agora, ela será repórter especial do Domingo Espetacular. Para amigos, não escondeu o alívio. “Já tentaram me matar três vezes”, disse a um deles.

Antes de se consagrar nacionalmente como Fabíola Rabo de Arraia, apelido dado por Marcelo Rezende (1951-2017), a jornalista foi repórter policial em Manaus. Ela é personagem da série documental Bandidos na TV, que a Netflix estreou em maio e conta a história de Wallace Souza, apresentador acusado de mandar matar bandidos para ter o que mostrar na TV –e dar audiência. Fabíola é uma das entrevistadas.

A série retrata uma Manaus extremamente violenta, com as periferias dominadas por traficantes e a polícia corrupta associada a grupos de extermínio. Os jornalistas aparecem no meio deles, numa relação promíscua. Wallace, eleito deputado três vezes, também foi acusado de ter relações com o tráfico.

Para fazer sucesso em um lugar como esses, acredita-se que apresentador e repórter policial têm de falar grosso e esculachar a bandidagem. Gadelha rezou essa bíblia, e isso lhe rendeu algumas ameaças de morte.

Apesar do perigo, a Record apostou em Gadelha para ser a grande estrela da Record TV Manaus, inaugurada em junho, depois que a emissora rompeu com a local A Crítica. Inicialmente, a jornalista ficaria na cidade durante apenas 15 dias. O prazo foi esticado para três meses e, finalmente, para cinco.

Desde segunda-feira (4), o Balanço Geral Manaus está sendo apresentado por Clayton Pascarelli. Para suprir a vaga de Fabíola, a Record contratou Natalia Teodoro, ex-apresentadora de telejornais da Globo no Estado.

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