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Sob pressão de Jair Bolsonaro, o comando do Exército anunciou nesta quinta-feira (3) que o general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, não sofrerá punição por ter participado de um ato com o presidente no Rio de Janeiro.

Em nota, a Força afirmou que "o comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general".

"Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado", diz o comunicado. Na opinião do general da reserva, Paulo Chagas, por exemplo, o comandante do Exército, Paulo Sérgio, errou e abriu um precedente muito perigoso.

— Eu não tenho dúvida de que houve uma transgressão disciplinar. Agora, o comandante deve satisfação à tropa –, opinou.

General premiado

Assim, Pazuello não foi punido e não foi para a reserva.

Pelo contrário: ganhou um cargo no Palácio do Planalto. Ele é, desde o dia 1º, secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos, vinculada à Presidência da República.

Dois pesos, duas medidas

A Folha publicou que generais do Alto Comando manifestaram o desejo de que ocorresse com Pazuello pelo menos algo semelhante ao que ocorreu com Mourão em 2017, quando ele perdeu um posto na cúpula do Exército após defender a possibilidade de intervenção militar. Em 2015, Mourão perdeu o comando militar do Sul por criticar a presidente Dilma Rousseff.

Pau puro

O Exército foi duramente criticado nas redes sociais depois da decisão de não punir o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Políticos de várias tendências e jornalistas criticaram, com veemência, o comando da instituição, que acatou os argumentos da defesa de Pazuello

Avalista do cara de pau

Veja o que disse o   deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP):

– O cara de pau do Pazuello foi ser Ministro da Saúde, mesmo na ativa, o Exército deu aval. Fez uma gestão trágica, deu aval. Mentiu na CPI, deu aval. Subiu no carro de som sem máscara, deu aval. O Comando do Exército é avalista escancarado do genocídio Bolsonaro!  –  detonou o parlamentar.

Requião arregaça

Roberto Requião (MDB-PR) não deixou por menos.

— O Nosso exército decidiu não punir Pazuello por participar de comícios com Bolsonaro. Provavelmente só acompanhava Bolsonaro como médico, para lhe aplicar eventualmente cloroquina e ozônio, se necessário. Portanto no exercício da profissão. SELVA!!!!!”.

Erro grave

A decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello é um daqueles momentos em que “uma instituição comete erro que traz consequências graves”. A opinião é da jornalista Míriam Leitão, de O Globo.

Caminho da anarquia

Para ela, “se um general pode desrespeitar as normas disciplinares, o capitão também pode e, no fim, o soldado poderá. Assim “abre-se o espaço para que outros sigam esses passos”. De acordo com a colunista, “esse é o caminho que eles (os militares)  sempre abominaram, o da “anarquia militar”.

Quem manda aqui?

“O que o Exército fez agora – escreveu Míriam –, foi dizer que aceita a pressão de Bolsonaro, mesmo que isso signifique desrespeitar suas próprias normas, mesmo que isso aprofunde o perigoso caminho da politização da Força”.

Livra nós, Aziz!

Um grupo composto por 19 governadores enviaram carta para o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM). Eles pediram que seja reconsiderada a convocação dos gestores estaduais para comparecerem na comissão para depor sobre ações na pandemia.

Grave ofensa

Dezoito dos 19 governadores que assinam o texto entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) com ação na sexta (28) para que não precisem comparecer como convocados.

Na carta endereçada a Aziz, os gestores estaduais afirmam que governadores não podem ser convocados sob pena de “grave ofensa à Constituição”, que garante a eles o direito de só serem julgados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Lista de convocados

Na semana passada, foram aprovados os requerimentos para convocar nove governadores: Wilson Lima (AM), Helder Barbalho (PA), Ibaneis Rocha (DF), Mauro Carlesse (TO), Carlos Moises (SC), Waldez Góes (AP), Wellington Dias (PI), Antonio Denarium (RR) e Marcos José Rocha dos Santos (RO).

Melhor mudar

A Polícia Militar do Amazonas deve repensar a sigla que usa para um de seus departamentos. Comando de Policiamento do Interior que, sem querer, forma CPI, junção de três letrinhas que, atualmente, está no olho do furacão.

Cutucando

Em entrevista à CNN, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid precisa avançar sobre a apuração do que ocorreu no estado do Amazonas durante a pandemia de coronavírus.

O senador cobra investigações sobre a suspeita de desvio de recursos públicos e diante da falta de oxigênio para pacientes internados com a doença.

Cobaia manauaras

O senador, no entanto, não cobra o presidente Jair Bolsonaro que também tem sua parcela de culpa no triste episódio de culpa no drama do Amazonas.

Afinal, ao invés de oxigênio o governo federal mandou uma volumosa carga de cloroquina para o tratamento precoce.

O silêncio de Queiroga

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou o Twitter, nesta quinta-feira (3), para criticar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O relator da CPI do Genocídio acha inadmissível o silêncio de Queiroga diante da decisão do governo de realizar a Copa América no Brasil.

O ministro Queiroga no lançamento da Copa América em plena pandemia: silêncio total

Ministro da Omissão

Renan classificou o torneio como “suicídio” e declarou que o ministro é “omisso” por não e posicionar de forma contrária à realização da competição.

— Queiroga não é ministro da Saúde, é o ministro da Omissão e do Silêncio. Não emite juízo sobre nada. Nem mesmo agora, com esse suicídio de trazer torneio internacional.

Diz alguma coisa

Calheiros cobra que Queiroga é médico e devia dizer não à insensatez.

— E o que ele  faz? Cala-se! É omisso, infelizmente –, tuitou o parlamentar.

Homem da Imprensa

O gestor de serviços gráficos Antônio Dias da Cunha Neto é o novo diretor de operações da Imprensa Oficial do Estado do Amazonas (IOA).

Natural do estado do Rio Grande do Norte, o novo diretor de operações da IOA possui longa experiência no ramo de serviços gráficos, adquirida desde que passou a morar em Manaus, no ano de 1989.

O cargo vinha sendo conduzido por Mário Jorge Corrêa, falecido no último 18 de maio de 2021.

Não sou bolsominion

A atriz Juliana Paes, 42, está envolvida em uma polêmica. Depois de ser duramente criticada na internet por defender a médica Nise Yamagushi, que participou da CPI da Covid, agora ela veio a público para dizer que não é “bolsominion”.

Em 2019 Juliana Paes pediu apoio para Bolsonaro "até o fina de seu governo". Mas agora diz que nunca foi "bolsominion"

Já foi, sim

Em 23 de julho de 2019, em entrevista ao jornal O Globo,  a atriz pediu pra que todos o apoiem o presidente Jair Bolsonaro enquanto ele estiver no poder.

Agora, a atriz negou que seja eleitora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como a pessoa que ela diz tê-la atacado teria dado a entender.

Eu não sou ‘bolsominion’ como o pessoal adora falar.

Em cima do muro

A global jura de pés juntos que nunca foi ‘bolsominion’ como o pessoal adora falar.

— Tenho críticas severas a esse que nos governa.  Por outro lado não quero que governe o Brasil essa oposição que se insinua para o futuro. Então estou num ambiente onde não me sinto representada por ninguém –, disse a “murista” Juliana.

ÚLTIMA HORA

General Mourão não descarta disputar a presidência em 2022

Auxiliares do vice-presidente Hamilton Mourão têm incentivado o general, nos bastidores, a disputar a Presidência da República em 2022. A avaliação desses auxiliares é de que Mourão teria chances de vencer, mesmo disputando contra o presidente Jair Bolsonaro, de quem o general se distanciou. Sem citar a presidência , o vice-presidente  disse que existe a possibilidade de ele sair do cargo antes do fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para concorrer a outro. “Uma ou outra ação pode ocorrer que me leve a optar por sair do cargo antes e concorrer a outro", explicou o general ao ser questionado sobre o posto atual.

Mourão foi questionado se seria candidato ao mesmo cargo com Bolsonaro para as eleições de 2022 , e ele respondeu que o mandatário não tocou no assunto até o momento. "O presidente não tocou nesse assunto comigo. Os indícios são de que ele deve escolher outra pessoa para acompanhá-lo no seu processo eleitoral."

ORGULHO

Os EUA anunciaram nesta quinta-feira (3) que vão enviar, inicialmente, 6 milhões de vacinas contra a Covid-19 para o Brasil e outros países da América Latina. O compartilhamento será feito via Covax, iniciativa vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição de doses a países em desenvolvimento, e ainda não há detalhes sobre o número de imunizantes que o Brasil vai receber. O montante é uma fatia dos 80 milhões de doses que o presidente americano, Joe Biden, anunciou que vai enviar a outros países nas próximas semanas. Em comunicado nesta quinta, Biden divulgou os detalhes da primeira parte do plano de distribuição global dos imunizantes, com o envio de 25 milhões de vacinas para o exterior.

VERGONHA

O jornal Estado de Minas publicou uma história vergonhosa de  Eduardo Pazuello. No dia 11 de janeiro de 2005, o general comandava havia quatro meses o quartel do Depósito Central de Munições do Exército, em Paracambi, a 70 km do Rio, quando viu dois soldados passarem em uma carroça. Julgou que estavam velozes demais, que maltratavam o equino, e quis lhes dar uma lição. Mandou parar, desatrelar o animal, e determinou que o recruta Carlos Vítor de Souza Chagas, um jovem negro e evangélico de 19 anos, substituísse o cavalo. O soldado teve de puxar a carroça com o outro soldado em cima, enquanto o quartel assistia à cena, às gargalhadas. Depois de 16 anos, o soldado Chagas ainda se lembra de tudo naquele 11 de janeiro de 2005.  Ao ser questionado por que Pazuello tomou essa decisão, o ex-soldado disse acreditar em racismo. "Pelo meu tio eu botava para frente (na Justiça), mas eu dei mais ouvido ao meu pai, que é evangélico, por medo de represália. Isso aí agora está nas mãos de Deus, Ele é o Senhor de todas as coisas."

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