Com um discurso marcado por sentimentos variados, como emoção, afeto, gratidão, carisma, lágrimas e até raiva daqueles que, segundo ele, não conhecem sua disposição pra luta, o ex-prefeito Arthur Virgílio (PSDB) lançou na noite de quinta-feira (24), sua campanha ao Senado Federal, no Jevien Festas e Eventos, no Vieiralves. Uma plateia de aproximadamente 700 pessoas ouviu, talvez, o discurso mais contundente discurso do ex-senador tucano.
Em determinado momento, referindo-se aos adversários políticos que, pelo poder do dinheiro, estão em maior quantidade, Arthur compactou sua luta à batalha de Termópilas onde o rei Leônidas, de Esparta, com apenas 300 homens, lutou bravamente e resistiu ao poderoso exército Persa, comandado pelo rei Xerxes que ordenou uma nova invasão à Grécia.
— O Amazonas está abandonado. Se pensam que eu, no Senado, vou tolerar operação “Maus Caminhos” – uma estocada no adversário político Omar Aziz (PSD-AM) –; que vou tolerar essa história de matar pessoas por falta de oxigênio; que eu vou tolerar qualquer coisa parecida como esse desvio incessante de dinheiro público? Eu digo a eles com muita lealdade e espírito cristão : fujam enquanto é tempo, porque eu vou atrás de vocês!
Tanta covardia
O ex-prefeito disse que se surpreende ao ouvir dizer que alguém é candidato do presidente, outro é candidato de um candidato a presidente.
— Eu sou candidato de uma única só entidade. E não é do PSDB e nem do Cidadania. Sou candidato do povo do Amazonas (chora nesse momento) que não aguenta mais tanto desrespeito, tanta falta de consideração, tanta desonestidade e tanta covardia!
Pior que a Rússia
Arthur condenou aqueles que derramam dinheiro, que compram consciência e “consciência ou não existe ou ela não se vende”.
— Eles dizem que são muitos. Mas, mas eu não tenho medo disso. Se eles são muito é porque usam o dinheiro para reunir um exército pior do que esse da Rússia que está perdendo para a pequena Ucrânia!
“Moleque de recado”
Na saraivada de palavras, sobrou também para o Ministério Público do Amazonas.
Arthur chamou o chefe do MPAM, o Procurador-Geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, de “moleque a serviço de um governador corrupto e de um senador corrupto”.
—O Ministério Público tem que ser chefiado por quem não tem patrão!
Parar com a sangria
Ele avisou que eles ainda estão lá, “mas nós vamos tirá-los e colocar gente decente para parar com a sangria aos cofres públicos do Amazonas”.
Sem medo de nada
Arthur disse que não tem medo do procurador e de seus amigos ministros, de seus amigos poderosos.
— E não tenho medo de nada, Dr. Alberto. Não tenho medo de morrer e não tenho medo de viver. Vou morrer quando chegar a minha hora, mas não vou viver e nem morrer com medo. Vou viver e morrer como um homem de verdade!
Seremos Zelenski
Arthur avisou que ele e cada um de seu “pequeno exército” serão um pouco o presidente da Ucrânia, Zelenski (Volodymyr), que está derrotando com o sentimento do povo o poderoso exército Russo.
— Por isso vou repetir, fujam enquanto é tempo. Eu nasci para lutar.
Nasci para lutar
Ao fazer uma saudação à sua mulher Elizabeth Valeiko, o pré-candidato afirmou que “vamos lutar”. É “basicamente para isso que eu nasci”.
— Alguns nasceram para roubar. Tem gente que nasceu praticamente para não fazer nada. Tem gente que não vence nunca de verdade porque não lutou nunca de verdade!
Vitória é consequência
Virgílio disse que lutou a sua vida inteira e que a “vitória e uma consequência da luta”.
— Eu luto desde que nasci e vou lutar até meu último suspiro me levar dessa vida, deixando um legado, o melhor de mim, para meu povo, para minha gente e minha família.
Vou tomar essa cadeira
“Agora tem uma coisa – continuou Arthur – se alguém achar que lutando comigo consegue imaginar que vou ficar parado, mexa-se, porque eu não vim aqui para ser candidato, mas para tomar essa cadeira de senador do Amazonas para lutar pela Zona Franca de Manaus, pelos desempregados, pelos que passam fome e pelas mulheres que têm que ter os mesmo direitos iguais aos do homem!
Primeiro o Amazonas
Em seu discurso, Virgílio disse que ao longo de sua carreira – três vezes deputado federal, três vezes prefeito, um mandato de senador e ministro chefe da Casa Civil no governo Fernando Henrique Cardoso –, nunca colocou seus interesse ou vaidades políticas acima dos interesses do Amazonas.
O caso Prosamim
Dito isso, o tucano da Amazônia lembrou uma historia que se passou quando ele restava no senado e era adversário político de Eduardo Braga (MDB), então governador do Estado.
O projeto do Prosamim que, na sua avaliação, é um projeto para o povo do Amazonas, não andava, estava engavetado.
O caso Prosamim 2
— Andava os projeto de todas as cidades, menos o de Manaus. Eduardo era meu adversário, mas pressionei o presidente do senado, José Sarney, que é um homem afável, educado, de conversa boa: “Presidente, quando o senhor vai colocar em votação o Prosamim?” Sarney respondeu que não colocaria porque o projeto estava preso no Ministério. “Pois então solte o preso, porque a partir de agora ninguém vota mais nada aqui!”.
A mala do dinheiro
E Sarney colocou em pauta, o Prosamin foi aprovado por unanimidade.
— Estou sempre do lado dos que governam para o Amazonas. E não daqueles que dividem dinheiro a mala de dinheiro! – detonou.
Saudades de Gilberto
Ao falar de sua trajetória, Arthur Virgílio fez uma homenagem a Gilberto Mestrinho, a quem derrotou na eleição para prefeito de 1988.
— Derrotei um mito, o político mais experiente e carismático do Amazonas, aos 56 anos, no auge de sua vida. E gostaria que tivesse sido outro, pelo apreço que tinha por ele!
Dória manda Imbassahy
O governador João Dória, de São Paulo, que disputou com Arthur as prévias tucanas para presidente, não veio à festa.
Mas mandou representante: O outro tucano Antônio Imbassahy, que foi ministro-chefe de Governo durante o governo Michel Temer; governador da Bahia, deputado federal por dois mandatos, prefeito da capital Salvador e presidente da Assembleia Legislativa.
O maior senador
Depois de lembrar que é baiano mas que morou em Manaus, onde deixou muitos amigos, Imbassahy subiu o tom para reconhecer que “Arthur foi o maior senado do Brasil”.
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— Precisa voltar para lá. O Amazonas precisa de seu nome no Senado e aquele governador, que você sabe quem é, Artur, vai ajudar! – disse, numa referência a João Dória.
Nível nacional
Outro que se pronunciou no lançamento de Arthur foi o deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania), que fez duras críticas ao governo Wilson Lima.
Barreto também disse que por muito tempo muitos pensaram que o Amazonas não teria políticos com potencial para disputar uma eleição para presidente do Brasil.
— Mas o Amazonas tem nome , sim. E Arthur provou que tem ao disputar as prévias do PSB!
Elementar, meu caro Watson!
Wilker representou o pré-candidato ao governo do estado, Amazonino Mebdes Idsem partido).
Como o deputado se filiou ao Cidadania e o partido estará coligado com o PSDB, se deduz que Mazoca será o candidato de Arthur ao governo e Arthur o candidato de Mazoca ao Senado.
Reitora na política
A grande novidade da noite de Arthur foi a presença da reitora do Centro Universitário Fametro, Maria do Carmo Seffair Lins de Albuquerque, apontada como possível candidata à eleição de outubro, que discursou e confirmou sua filiação ao PSDB.
Vice-governadora?
À saída do evento, o redator de D&F perguntou:
— Professora, a demora é candidata a deputada federal?
— Não, não tenho talento para o Legislativo.
— Então é um cargo ao Executivo, quem sabe vice-governadora?
— Talvez sim. Quem sabe, né?
Pulga na orelha
Depois desse diálogo, Maria do Carmo deixa uma pulga atrás da orelha: seria a candidata a vice-governadora de Amazonino?
Façam suas apostas!
Reconstruindo símbolos
Aliás, em seu pronunciamento, Arthur encheu a bola da Sra. Seffair, na condição de gestora, a quem tratou como “uma pessoal especial” .
— Vocês acham que o Teatro Amazonas é símbólico? É... pois esta senhora está reconstruindo o Hotel Tropical, que irá abrir suas portas no dia 31 de dezembro deste ano porque ela e o marido amam este estado, gerando empregos, comida na mesa e respeito pelo nosso povo!
Pai e filho
No final da festa, o ex-deputado federal Arthur Bisneto, que decidiu dá um tempo na política, chegou próximo ao ouvido do pai e disse baixinho:
— Você já fez grandes discursos, pai, mas esse de hoje foi de longe o melhor e mais importante de todos!
ÚILTIMA HORA
MISOGENIA – Bolsonaro demonstra mais uma vez sua estupidez e agride a ex-presidente Dilma Rousseff
Jair Bolsonaro (PL) chamou a ex-presidente Dilma Rousseff de "presidanta", nesta sexta-feira (25) durante fala sobre investimentos brasileiros no metrô de Caracas, na Venezuela.
O ataque misógino de Bolsonaro à Dilma aconteceu durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro fez um comparativo entre o metrô de Caracas e a ausência de metrô em Belo Horizonte, para tentar justificar investimentos feitos pelo Brasil no país vizinho, durante o governo da ex-presidente Dilma.
— Alguém acha que (Nicolas) Maduro (presidente da Venezuela) está pagando a dívida do metrô em Caracas? Não tem metrô em BH, mas tem metrô em Caracas. E a última presidente era de Minas, ou melhor presidanta", atacou Bolsonaro.
No entanto, ao contrário do que disse Bolsonaro, a capital mineira conta com uma linha de metrô que vai até Contagem. Além disso, a construção da linha cinco do metrô da capital venezuelana foi feita pela empreiteira brasileira Odebrecht, com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
ORGULHO
“Envolver", de Anitta (foto), é a música mais ouvida no mundo, segundo dados do Spotify. Na manhã desta sexta-feira (25), o hit da cantora brasileira chegou ao primeiro lugar na plataforma. A canção em espanhol atingiu uma média de 6,3 milhões de reproduções diárias. É a primeira vez que uma artista brasileira chega a esse lugar. m uma semana, "Envolver" subiu do 17º lugar para o 1º lugar graças, sobretudo, à coreografia que viralizou no TikTok. A funkeira é a primeira artista brasileira a ingressar no Top 10, desbancando músicas de Lil Nas X, Ed Sheeran e Justin Bieber, Adele e Camila Cabello.
VERGONHA
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro (PL), Damares Alves, confirmou nesta quarta-feira, 23, que deixará a pasta para disputar uma vaga no Senado nas eleições desse ano. Só não esclareceu ainda por qual partido e em qual estado. A possibilidade mais aventada pela própria Damares é uma candidatura no Amapá, onde concorreria com Davi Alcolumbre (União). “Tem um estado aqui do lado que eu não tenho amigo. Cuidado, Amapá, eu tô chegando!”, declarou ela em evento em Belém-PA. Mas se optar mesmo pela candidatura amapaense, a ministra terá dificuldades em achar uma legenda. Três dos principais partidos da base bolsonarista, PL, Republicanos e PTB rejeitam o nome da ministra.