Ir para o conteúdo

Dito & Feito - À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS – Pazuello treme na CPI

O ex-ministro da Saúde, general  Eduardo Pazuello, repetiu o que aos menos dois ex-ministros  do governo Bolsonaro –  Fabio Wajngarten, ex-ministro da  Comunicação  e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores –, fizeram na CPI da Covid: mentiu!

Em seu depoimento, o ex-ministro afirmou que a fase crítica de desabastecimento de oxigênio durou cerca de três dias durante a crise sanitária em Manaus no início deste ano, levando parlamentares a acusarem-no de mentir.

— Isso aconteceu por dois a três dias, entre 13 e dia 15. No dia 15, já voltou a ser positivo o estoque de Manaus. Isso aqui está claro em dados da White Martins, tá?”, argumentou o ex-ministro.

Ao ouvir isso, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) partiu vorazmente pra cima do general, advertindo que o desabastecimento de oxigênio se prolongou por cerca de 20 dias.

Pelo amor de Deus!

Furioso, Braga alertou que é  preciso dizer ao povo brasileiro a verdade sobre a tragédia da falta de oxigênio em Manaus.

— Sob pena de nós estarmos aqui sendo coniventes com uma informação errada, desculpe a expressão, mentirosa: não faltou oxigênio no Amazonas apenas três dias, pelo amor de Deus! Ministro Pazuello, pelo amor de Deus!

Viu o desespero

Eduardo desmentiu Pazuello e alto e bom som,  informando que faltou oxigênio na cidade mais de 20 dias.

—  É só ver o número de mortos. É só ver o desespero das pessoas tentando chegar ao oxigênio. E o senhor viu isso, porque estava lá! – disparou o senador.

Encurralado

Pazuello foi bombardeado com todo tipo de pergunta. Mas nenhum membro da CPI constrangeu e encurralou mais  o general quanto o senador Eduardo Braga .

Murro na mesa

Eduardo alterou a voz várias vezes e até esmurrou a mesa para manifestar sua indignação ao meter   o dedo na ferido na crise que matou muitos brasileiros de sua cidade, Manaus.

Pazuello que não sabia da falta de oxigênio em Manaus e irrita Eduardo Braga

—Era sua obrigação comprar vacinas para salvar vidas. Não é vergonha sentar-se  à mesa com diretores da Covax Facility, Pfizer ou qualquer outra para adquirir vacinas. Isso não é crime! – esbravejou o senador.

Números dizem tudo. Eduardo fez perguntas que o  ex-ministro não conseguiu responder.

O senador lembrou que  quando Pazuello assumiu o ministério em 16 de maio, o Brasil acumulava 233 mil casos e 15.633 mortes associadas à covid-19.

Rastro de morte

Quando ele foi substituído, o número de casos passava de 11,5 milhões, e o de mortes se aproximava de 280 mil, com o país ocupando o segundo lugar entre as nações com mais óbitos na pandemia.

—  Ministro, 220 mil brasileiros morreram na sua gestão e o senhor relutando em comprar vacinas? –, arregaçou Eduardo Braga.

Meus 60 anos

O líder do MDB  disse ao ex-ministro que tem 60 anos e às véspera de completar 40 anos de vida pública, nunca imaginaria que iria assistir a tragédias que o país está vivendo: 440 mil mortos na pandemia.

Então, tá!

Eduardo Pazuello teve a cara de pau de dizer que tinha toda a liberdade para agir dentro do ministério e que o presidente Bolsonaro nunca interferiu em sua gestão.

Nana, nina, não!

Deve ter  esquecido daquele episódio transmitido ao vivo,  em outubro de 2020, quando foi desautorizado publicamente por Jair Bolsonaro numa rara ocasião em que tomou uma iniciativa que contrariava a visão do presidente sobre a pandemia. No caso, um anúncio de compra pelo Ministério da Saúde de doses da Coronavac, vacina contra a covid-19, que o general pensou em contratar.

Simples assim

Naquele diz, o então ministro esboçando um sorriso amarelo, disse ao lado do presidente:

—  Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece.

Quem manda sou eu

À tarde, em outro recado a Pazuello, Bolsonaro escreveu em uma rede social: “Não compraremos a vacina da China". E durante visita a um centro militar da Marinha, em Iperó (SP), voltou a afirmar:

—  O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade.

E na CPI Pazuello teve a coragem de dizer que o presidente nunca interferiu no ministério.

Por Mário Adolfo 

Mentira multiplicada

O senador Omar Aziz também chegou a bater-boca com o senador Carlos Heinze (PP-RS), após o parlamentar afirmar que foram liberados mais de 2 bilhões de reais ao Amazonas em 2020.

— Não é verdade isso que você está falando. Isso é uma mentira multiplicada –, disse o presidente da CPI a Heinze.

Dinheiro tinha

O senador gaúcho, por sua vez, afirmou que irá “puxar a tabela” para ver “quanto foi para lá”.

— Foi o dinheiro lá. Não é irresponsabilidade do governo federal, é do governo lá do Amazonas –, acusou.

Pressão e Nocaute

O Senado informou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello passou mal durante intervalo da CPI da Covid, na tarde de hoje, e a sessão foi suspensa. A retomada do depoimento foi marcada para as 9h de amanhã.

Pazuello foi atendido pelo médico e senador Otto Alencar (MDB-BA), que disse ter encontrado o ex-ministro na sala do cafezinho, sentado e pálido.

Omar cancela sessão

O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu então suspender a sessão e transferir o restante do depoimento de Pazuello para amanhã, até mesmo pela quantidade de senadores inscritos para fazer as perguntas.

— O ministro Pazuello estava em plenas condições de continuar respondendo. Falou comigo sobre isso 'olha, estou à disposição'. Eu falei 'olha ministro, tem 24 senadores para falar, não sabemos o horário que a sessão do Senado vai acabar. Acho mais prudente a gente retomar amanhã –, ressaltou Aziz, em coletiva.

Ele voltou

Depois de 14 meses trabalhando de forma remota, o líder do PSB na Assembleia Legislativa, Serafim Corrêa, está de volta  ao plenário.

Em janeiro, o vice-decano – o titular é o deputado Belarmino Lins –, chegou a ser acometido de Covid na primeira onda da pandemia. Serafim venceu o vírus e foi imunizado contra a Covid-19 nos dias 8 de fevereiro e 29 de abril com a vacina Astrazeneca.

Te quero verde

A Prefeitura deu continuidade às ações do programa ambiental “Manaus Verde”, na manhã desta quarta-feira, 19/5, com a distribuição de mil mudas de plantas, no entorno do minishopping da Compensa, zona Oeste. Quem passou pelo local aproveitou a distribuição de mudas medicinais, frutíferas e ornamentais, da ação itinerante.


Contando com o ovo...

O deputado Silas Câmara (Republicanos)  anda comemorando muito antecipadamente a “vitória” do seu aliado Bolsonaro em 2022. Deve ser porque o parlamenta da bancada evangélica não viu a última  pesquisa do DataFolha.

Lula na pole

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida para a Presidência com margem confortável no primeiro turno e venceria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na segunda etapa, revela pesquisa Datafolha.

O petista alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro.

Em apenas 2 meses

E isso, diga-se, pouco mais de dois meses após Lula ter seus direitos políticos restabelecidos.

ÚLTIMA HORA

PF investiga ministro  Ricardo Salles  por corrupção

Salles: alvo de pedido de investigação do STF por crimesde venda ilegal de madeira

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira investigação para apurar suspeita de crimes de corrupção e facilitação de contrabando praticados por agentes públicos e empresários do setor madeireiro na exportação de madeira, tendo como um dos alvos o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.  A PF informou em nota que cumpre no total 35 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Pará e Distrito Federal, e que o Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou o afastamento preventivo de 10 autoridades do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama.

Salles já era alvo de um pedido de investigação no âmbito do STF por crimes ligados à venda ilegal de madeira, na qual foi apontado pela PF como defensor dos madeireiros. Segundo o pedido, Salles chegaria a respaldar documentos supostamente fraudados de aquisição de madeira. Após apresentar o pedido ao Supremo, em abril, o então superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi substituído do cargo.

ORGULHO

Empresas privadas estrangeiras e nacionais abraçaram forte o programa Adote um Parque, lançado pelo governo federal em fevereiro, para atrair recursos para a proteção ambiental dessas áreas. Até agora, oito áreas de conservação na Amazônia fazem parte da lista. Outros 124 parques previstos na iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) encontram-se disponíveis para adoção nos nove estados amazônicos. O dinheiro investido pelas empresas que apadrinham o programa, é todo destinado para operações de conservação das áreas como: prevenção e combate a incêndios florestais e desmatamento ilegal, monitoramento, proteção, além de trabalho de recuperação das regiões degradadas.

VERGONHA

Senadores Omar, Randolfe e Renan: três homens e um destino

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, afirmou nesta terça-feira (18) que integrantes da comissão estão recebendo ameaças por WhatsApp ou outros meios. Randolfe pediu ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que encaminhe as ameaças à Polícia Federal, e foi atendido. O senador da Rede citou a Lei 1579, de 18 de março de 1952, e pediu punição aos responsáveis pelas ameaças. A legislação estabelece que é crime impedir ou tentar impedir, mediante violência ou ameaças, o regular funcionamento de uma comissão parlamentar de inquérito. As penas para estes crimes podem chegar a três anos de prisão.

Publicidade ATEM
Publicidade TCE
Publicidade CIESA
Publicidade BEMOL
Publicidade UEA

Mais Recentes