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Todos nós temos muitos motivos para amar o fusquinha. E também guardamos muitas histórias. Eu, por exemplo, tenho vários motivos e histórias. O volkswagen sempre esteve presente na minha vida. Lá nos anos 1969, quando assisti no Cine Ypiranga o filme ”Se meu fusca falasse”, que contava as divertidas estripulias de um carrinho feiticeiro no combate aos vilões, eu me apaixonei pelo fusca Herbie, que tinha personalidade própria. Depois, veio a música gostosa do Jorge Bem Jor – que era época era Ben –, cantando que “fevereiro/ tem carnaval/ tenho um fusca e um violão…”, mostrando que o fusca era o símbolo de quem surfava na crista da onda. Por isso, todo garoto queria ter um Volks quando ficasse grande. Nessa mesma época, realizando o sonho de todos nós, meninos pobres da Cachoeirinha, filhos de trabalhadores, o comerciante Wilson Fernandes, que subia na vida com muito trabalho e determinação, comprou seu primeiro carro: um fusca azul da cor do mar. Sabedor que a gente babava o carrinho de tala-larga (pneus largos), descarga “Kadrom”, aros de magnésio, vidro fumê e toca-fita Roadstar, o Wilson nós convidava: “vamos ali dar uma volta na praça do rodoviário?”. 

E lá íamos nós, coração em festa e cara de menino feliz. Em 1979, a médica Luíza, amiga de minha sogra, Magnólia Pessoa Figueiredo, foi cursar um doutorado no Rio de Janeiro e resolveu fazer um intercâmbio com a família. Durante o curso, ela usaria a Brasília azul de dona Magnólia lá no Rio e Maria Teresa – de quem eu era noivo –, usaria o fusquinha branco dela em Manaus. Foram dias felizes a bordo do carrinho que a Teka logo batizou de “Fofinho”, exibindo esse adesivo no vidro traseiro. Seis meses depois, tivemos que devolver o carrinho, pois a médica retornara a Manaus. E aí, a letra de Roberto Carlos, no Calhambeque, veio à minha cabeça”: “Mas o meu coração na hora exata de trocar…” Meu coração ficou mesmo no fusquinha! 

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