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Eu era fascinado pelas histórias investigativas do Mickey e nas suas aventuras em que ele combatia o pilantra do João Bafo de Onça. Ou ainda o terrível Mancha Negra. Mas a grana era curta e minha mãe não podia comprar  gibi da Abril que chegava às bancas quinzenalmente. É aí que entra em cena  meu amigo Rui Assunção, que morava ao lado da minha casa que, aliás, pertencia ao pai dele e minha mãe, dona Inês de Castro alugava. O Rui chegava do trabalho trazendo todos os lançamento da banca da Avenida Eduardo Ribeiro: Pato Donald, Zé Carioca, Tio Patinhas e…claro, Mickey Mouse!

Daí meu amigo, quase irmão, que é um cara com um coração do tamanho do mundo, lia todos os exemplares avidamente. E eu ficava esperando  de olho gordo. A cada número que o Ruizinho devorava com os olhos, ele atirava para mim. E aí, quando ele me passava o último,  eu corria para casa com a pilha de gibis para, também, devorar os quadrinhos Disney.

Dias depois, quando eu ia devolver, o Rui dizia com seus olhos de bondade e seu sorriso largo: “Precisa não, pode ficar!”

Na minha infância, vivi a época de ouro dos quadrinhos. No início dos anos 1930, as tiras em preto e branco de Mickey Mouse estrearam em O Tico-Tico, rebatizando o camundongo como Ratinho Curioso, começava a longa história dos quadrinhos Disney no Brasil. Mas foi em julho de 1950, com o lançamento de O Pato Donald, pela Editora Abril, que as HQs Disney ganharam uma casa definitiva no País.

Foi um bom tempo, aquele no bairro da Cachoeirinha, nas décadas de 1960–1970.  Morávamos em casas simples, com cadeiras na calçada, vasos de flores mas éramos felizes, porque éramos ligados – toda a vizinhança – pela solidariedade e pela  vontade de ajudar ao próximo. É por isso que esta edição do Curumim eu dedico ao meu amigo Rui Assunção, que me ensinou através de páginas de gibi, cinema, brincadeiras de rua e longas conversas sentados nas calçadas da Vila Assunção, que “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”, como diz a canção do Milton Nascimento . E os eternos gibis, como os do Mickey,  também!

CONFIRA A EDIÇÃO COMPLETA: 

CURUMIM – MICKEY 90 ANOS

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