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CPI da Covid-19: Pazuello cita estudo sobre cloroquina em Manaus e pesquisador reage

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quarta-feira, 19/5, à CPI da Covid-19, do Senado Federal, que o maior erro na prescrição da cloroquina durante a pandemia do novo coronavírus ocorreu na gestão do ex-titular da pasta Luiz Henrique Mandetta. De acordo com o ex-ministro, uma nota técnica da gestão do ministro Mandetta foi mantida mesmo após um estudo em Manaus ter sido encerrado com a morte de 22 pacientes. A informação foi publicada pelo Portal Toda Hora, assinada pela jornalista Camila Pereira.

O estudo em questão é o CloroCovid-19, que contemplou a aplicação de diferentes dosagens do medicamento a ser testado em indivíduos portadores da doença. A pesquisa foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Resultados mostraram que pacientes graves com Covid-19 não devem usar doses altas de cloroquina.

A pesquisa foi conduzida por profissionais de alta qualificação, com mais de 70 pesquisadores, estudantes de pós-graduação e colaboradores de instituições com tradição em pesquisa, como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade de São Paulo (USP).

"No final de março e começo de abril foi feito o famigerado estudo em Manaus com cloroquina em altas doses na fase aguda. Foram 20 mortos, 22 mortos. Tem processo de Ministério Público rolando até hoje. Foi um estudo conduzido pelo Ministério da Saúde, pela Fiocruz e por vários médicos PHD e publicado num períodico americano chamado Jama.", disse Pazuello. "Senhores, o Ministério da Saúde tinha uma nota técnica para usar na fase em que estava morrendo gente", enfatizou.

Pazuello disse que, em abril, foi feita uma correção em relação ao medicamento por meio da orientação para os médicos que decidissem prescrever a cloroquina. "Nós pedíamos que se atentassem à dosagem utilizada e para não a utilizarem na fase grave da doença."

Mandetta, em suas declarações sobre esse período, disse na CPI da Covid que a cloroquina foi indicada inicialmente em seu período na pasta como última tentativa para salvar pacientes graves de covid (uso compassivo).

Reação

Dr. Marcus Vinícius Lacerda

O pesquisador Marcus Vinícius Lacerda, investigador principal do estudo e que atua na Fiocruz Amazônia e na FMT-HVD, reagiu nas redes sociais sobre a crítica ao estudo CloroCovid-19 teria gerado muitas mortes.

"CFM e MPF já investigaram o estudo Clorocovid em Manaus e eles concluíram que ele seguiu princípios técnicos e avaliou corretamente a segurança de diferentes doses de cloroquina em pacientes graves. Voltar a discutir este estudo não ajuda a explicar  por que não temos vacinas suficientes no Brasil", afirmou o pesquisador em uma rede social.

Em outra rede social, Marcus Lacerda destacou que o estudo foi considerado "o melhor artigo" do JAMA Network Open de 2020.

Investigação

Na segunda-feira, 17/5, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que integra a CPI da Pandemia, disse que apresentou ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Gustavo Maiurino, um pedido de investigação sobre o uso elevado da hidroxicloroquina, em Manaus, no início da pandemia, em março de 2020.

Heinze disse que o sucesso do medicamento no combate à covid-19 estaria na dosagem, reforçando o que tem afirmado nas reuniões da CPI, e que uma alta dose de cloroquina teria acarretado a morte de 22 pacientes na capital amazonense. O senador afirmou também que foi realizada uma pesquisa na capital amazonense com relação à utilização da cloroquina e hidroxicloroquina e os resultados foram publicados em uma revista internacional, a JAMA Network, da American Medical Association (AMA).

Fonte: Toda Hora

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