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Cientistas do Inpa denunciam a Ciro Gomes a “agenda da morte” de Bolsonaro para a Amazônia

De camisetas pretas com a inscrição “Não ao desmonte de C&T”, em letras brancas, cientistas do INPA receberam o ex-candidato à presidente da República do PDT, Ciro Gomes, que concorreu às eleições de 2018. Em mais de duas horas de debates, Ciro disse que estava ali mais para ouvir do que para falar, mas no entanto, não abriria mão das provocações, como é do seu estilo, para obter resposta. Durante o encontro realizado no auditório da biblioteca do instituto, onde cabem pouco mais de 200 pessoas, o político apontou que o caminho para tirar o país das mãos da extrema direita é a Ciência e a retomada do diálogo com à população.

—  É visível o estado de abandono em que se encontra a Amazônia nesse governo de extrema direita, no entanto, é aqui que esse presidente (Jair Bolsonaro) tem 70% dos votos –, criticou Ciro.

Compromisso com o INPA

Na abertura dos debates, o ex-diretor do INPA, Dr. José Alves Gomes, apresentou um painel sobre as diversas frentes de pesquisas onde o instituto atua, comprovando com dados técnicos os impactos das políticas públicas e as potencialidades apresentados em pesquisa sobre o manejo da fauna, conservação nos avanços sobre a produção de merenda escolar com produtos da região, a viabilidade do manejo do pau rosa e do pirarucu. 

 — Soubemos recentemente que o couro do pirarucu vendido por 1 mil e 200 dólares nos Estados Unidos –, revelou o pesquisador.

Gomes  fez questão de registrar que todo trabalho de pesquisa do INPA é fruto do entusiasmo dos estudantes.

— O instituto já chegou a ter 1.200 funcionários e hoje está reduzido a 540. Quem move esse instituto são os estudantes –, reclheceu.

O jovem cientista Lucas Ferrante denunciou a “Agenda da morte” do governo Bolsonaro e ruralistas, que segundo ele ameaça o meio ambiente, os povos tradicionais da Amazônia e o clima global. 

Ferrante questionou se é mesmo necessário desmontar a Amazonia para  aumentar desenvolvimento do Brasil”É laro que não”, respondeu ele, garantindo que às críticas que faz contra o governo Bolsonaro nada têm a ver com política. “Eles estão baseadas em dados científicos”. 

O cientista também denunciou ataques à superintendência do Ibama incentivada por políticos e madeireiros, e a liberação de 350 agrotóxicos proibidos em outros países. Segundo ele, existem casos em que madeireiros ameaçaram matar todas as crianças indígenas se os adultos da aldeia resistissem. “ O que está havendo é um etnocídio”, acusou. 

Ele não poupou críticas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales,  e à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza  Costa Dias.

— Sales visitou os madeireiros após os atos e ataques ao Ibama. Ai invés de visitar os funcionários do governo, ele foi se solidarizar com os agressores – disse Ferrantes.

Antes de iniciar a rodada de perguntas e respostas, Ciro Gomes recebeu das mãos da pesquisadora do INPA, Graça Alfaia, o documento apontando os caminhos para o desenvolvimento da Amazônia. A pesquisadora solicitou ao político do PDT que assuma o compromisso se assim que chegar ao posto máximo do país, resgate o instituto. Mais uma vez a pesquisadora lembrou ao possível candidato em 2022 que os 1.200 funcionários dos Inpa, metade pode se aposentar em 2020.

— Compromisso assumido nos primeiros dias do meu governo –,  prometeu Ciro.

 Como sugestão para desenvolver a Amazônia, e aproveitar esse potencial de conhecimento, ciência e tecnologia que “só vocês têm aqui”, o ideal seria criar um  “um polo de  empresas de biotecnologia”. “O Vale do Silício  não surgiu do nada. Foi uma aposta da universidade. É claro que depois surgiram um Bill Gates, o Steve Jobes, mas o começa foi a universidade”, comparou Ciro Gomes.

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