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Além da apresentação questionável do time amazonense, que não conseguiu segurar o magro placar de 1 a 0 contra o Rio Branco (AC), o jogo de quarta-feira, 07/03 na Arena da Amazônia, serviu para escancarar alguns problemas que, se não forem corrigidos a tempo, em breve colocará o estádio em decadência.

Bancas de guloseimas instaladas na parte interna, o que antes era proibido e ocupavam espaço próprio, detalhes da estrutura do teto desabando, assentos desbotados pelo sol e chuva, estofamento rasgados e excesso de poeira que está tingindo de cinza a estrutura de fibra externa (que era branca), estão dando à arena um aspecto de abandono.

Ambulantes com banquinhas estão espalhados por todo o estádio e poderiam ser melhor organizadas

A mídia cobra sempre que o torcedor amazonense não prestigia os clubes de  Manaus. Mas, quando alguém tenta fazer isso quase sempre sai frustrado. Os problemas começam desde o acesso ao estádio. No jogo Manaus X Rio Branco, os torcedores circundavam a pé quase todo estádio par ir comprar os ingressos e, quando chegava à bilheteria central, davam de cara com a notícia: “Aqui é só para trocar ingressos . A compra é nas bilheterias do ouro lado”. Muito torcedor, obrigado a fazer o mesmo percurso a pé, claro,  saiu xingando.

—Então porque não colocam, lá na entrada, um indicativo da bilheteria  certa para se comprar os ingressos. Ou colocam um funcionário avisando, como tinha na Copa? – ,cobrou um deles.

De cara foi possível observar, também, que tinha muito cambista oferecendo ao preço de R$ 10 ingressos que custavam R$ 30 na bilheteria. Quer dizer, tem alguma coisa errada aí. E isso tudo nas barbas de dos funcionários da Federação Amazonense de Futebol (FAF), que nada faziam para proibir a venda das entradas conseguidas gratuitamente na promoção feita com a troca de pets descartáveis.

TRAVE IMPEDIDA

Na noite de quarta-feira, o que também chamou atenção foi a grande quantidade de estruturas usada em shows realizados Arena da Amazônia. Por mais incrível que possa parecer, um dessas estruturas, um espécie de andaime de aço, estava montada, praticamente  colada, a uma das traves, o que confundia visibilidade da torcida e dos jogadores. Por conta disso, nenhum torcedor pôde assistir ao jogo nas arquibancadas atrás do gol, pois a armação de aço atrapalhava.

Outra problema que pode ser detectado de imediato na Arena da Amazônia foi o sistema de som, totalmente defasado. Ninguém consegue entender nada que o locutor oficial fala ou tenta transmitir. O mesmo acontece com a música, cujo som estridente é o de caixa estourada.

Estrutura de evento montada atrás do gol impediu que torcida se posicionasse na parte de trás da arquibancada

CUSTOS

A Arena da Amazônia, um dos mais belos estádios do País, foi construído para a Copa do Mundo de 2014. Inicialmente, o estádio estava orçado em R$ 499 milhões e foi concluído por R$ 669,5 milhões – um aumento de 34% no valor. Em 2012, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento de R$ 86,5 milhões na construção.

O estádio, que teve obras coordenadas pela Andrade Gutierrez, está em funcionamento. Desde a sua inauguração, a arena recebeu mais de 60 jogos oficiais, entre elas, quatro partidas da Copa do Mundo em 2014 e seis da Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, além de jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol Masculino e Feminino, do Campeonato Amazonense de Futebol.

Também ocorreram no local shows de Ivete Sangalo, Festival Villa Mix e de artistas da música gospel, além de uma colação de grau com todos os cursos de uma faculdade particular de Manaus.

Em três anos de funcionamento, a Arena da Amazônia arrecadou um total de R$ 3.434.740,14 contra uma despesa de R$ 17.640.263,76, o que representa um prejuízo de R$ 14.205.523,62, de acordo com os balanços oficiais divulgados em 2014, 2015 e 2016.

Inicialmente, o estádio estava orçado em R$ 499 milhões e foi concluído por R$ 669,5 milhões

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