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Dermilson Chagas: "O criminoso não tem mais medo da Justiça. Precisamos de pena de morte"

Líder do governo na Assembleia legislativa do Estado, onde o governador Amazonino Mendes (PDT) pela primeira vez não tem maioria, o deputado Dermilson Chagas (PP ) consegue defender coisas que nem o governador consegue. Por isso mesmo sua missão é árdua e às vezes desgastante. No entanto, ele tem desempenhado os ossos do ofício de forma corajosa e os frutos desse trabalho vieram na forma de mais de 30 mil votos na última eleição. Segundo o parlamentar, isso se deve não apenas ao seu trabalho no parlamento, mas também  às causas sociais que abraça em várias setores da sociedade. Nesta entrevista ao Blog do Mário Adolfo, Dermilson faz um balanço de seu primeiro mandato, resgata o que fez nos tempos em que era Delegado do Trabalho, antecipa que não alimenta ambição de ser presidente da ALEAM e desabafa que sofreu discriminação por ser novato na Casa, porque as pessoas não aceitam quem vem do nada e se elege.

— Eu entrei num ônibus que tem 24 lugares e parei na janela, mas só que queriam me colocar no corredor – conta ele, reforçando que não usou o pincel dos outros. “Eu lá quero saber disso! Faça a sua história, escreva você mesmo o seu livro. Eu não me elegi a custo dos outros. Eu me elegi por causa de um trabalho, em cima de uma coletividade, onde  as pessoas acreditam na gente e naquilo que abraçamos” , desabafa.

Leia a entrevista:

Blog do Mário Adolfo – Deputado, o senhor na primeira eleição teve aí 29 mil votos e agora na segunda eleição teve mais de 30 mil votos. A que o senhor atribui esse crescimento de votação no momento  em que é visível o desgaste da classe política no País?

Dermilson Chagas  – Ao trabalho mesmo, a dedicação. Você abraça várias causas em direção à coletividade. Todo o meu trabalho pontua de uma forma geral ao social. Pontua a coletividade. Então eu abracei essas causas. O Viver Melhor que é uma causa que envolve mais de 50 mil pessoas; os pescadores, mais de 100 mil pessoas; nós temos o setor primário, que de uma forma geral envolve agricultura, os meliponicultores; nós temos a questão da geração de emprego. São assuntos onde a sociedade sempre está discutindo. Então, problemas crônicos em Manaus que não se resolvem. Essa questão água em Manaus é uma questão crônica. É um roubo que existe. É um câncer essa empresa, que come o bolso da população. O alto custo de vida do Amazonas se dá a esses custos fixos como água, luz, telefone que não funciona no Amazonas. Todo mundo paga internet no interior e não funciona. É incrível como as coisas não funcionam, deixam de funcionar e a gente paga por um sistema que não funciona. Um exemplo é o de luz. Aonde eu moro, a energia, por dia, cai umas dez vezes. Já queimou a minha geladeira, já queimou minha televisão e olha que a gente reclama. O que me resta é só processo e esperar a Justiça também”.

BMA – Como o senhor consegue defender o governo na Assembleia, onde o governador Amazonino Mendes o não tem a maioria? É uma missão difícil?

Dermilson Chagas – É uma missão difícil. Nós somos sete deputados, na realidade. Onde eu como líder do governo, que fui convidado pelo Amazonino, procuro desempenhar um papel dentro da sustentação em que realmente temos que partir para o convencimento. Onde existe a verdade, aonde existe o fato, o que é realmente concreto, o que realmente aquilo pode trazer em benefício da sociedade. É como você está vendo, Mário, hoje nós temos um candidato à presidência da República que era um partido tão pequenininho. Não tinha ninguém, praticamente, hoje é o maior partido da República. Os partidos pequenos, hoje, fizeram a maior quantidade de deputados. Não é o teu tamanho, é o que tu representas hoje pra sociedade que vai fazer com que as pessoas acreditem ou não. Então acredito que nós temos um respaldo para trabalhar a imagem do governo, dentro de uma matéria concreta, dentro dos fatos que existem hoje. A situação do estado, a questão das pautas que foram propositivas. A questão do reajuste. As pessoas confundem muito por exemplo, nenhum deputado votou contra o ajuste de ninguém, mas teve alguns deputados que queriam sobressair porque o governo, através de habilidade tirou essas pessoas da negociação e ele passou a fazer a negociação direta, e eles dentro da Assembleia fizeram joguinhos. O que foi esses joguinhos? Joguinhos para poder dar um reajuste maior daquilo que estava programado. Então como o Estado não tinha nenhuma programação para aquela mudança, ali sim houve a votação contrária de vários deputados, principalmente os da base, então ninguém votou contra. Foi dentro dessa conversa, dentro dessa situação que nós temos sustentado o governo com a minoria.

BMA – Deputado, como o senhor avaliar o seu primeiro mandato? Qual o legado do seu primeiro mandato como deputado estadual?

Dermilson Chagas  – A briga pela água que nós conseguimos reduzir em 60% no Viver Melhor. Conseguimos trazer o seguro defeso de volta que o Governo Federal tinha suspenso em 2014 e 2015. Conseguimos fazer uma lei para atingir os meliponicultores, que são cinco mil famílias. Conseguimos levar e fazer convênio com várias entidades para poder levar investimentos, oportunidade de geração de renda. Uma oportunidade de empregabilidade para aqueles que achavam necessário. Então nós fizemos alguma coisa. Foi em cima disso que é um conjunto de coisas num mandato que avaliamos de forma positiva, que a sociedade avaliou de forma positiva. Eu sou muito conhecido no interior, em Manaus eu sou pouco conhecido”.

BMA –  O senhor teve voto nos 62 municípios?

Dermilson Chagas  – Neste ano não. Esse ano só teve um município que eu não tive voto, que foi o Itamarati. Não tive voto em Itamarati. Felizmente, na eleição passada eu fui um deputado que teve voto nos 62 municípios. Dessa vez não tive voto só em um município, que foi Itamarati.

BMA – Quando o senhor chegou na Assembleia qual foi a sua principal dificuldade como novato no meio dos leões?

Dermilson Chagas  – Eu considero que eu sempre fui muito discriminado. Porque tem uma coisa em Manaus que parece ter parado no tempo. Tem gente lá no parlamento que acha que ainda vive numa sociedade feudal. Pessoas que se acham donos do poder legislativo. Sabe aquilo que existia lá em Recife, onde a casa que tem três coberturas, significa poder, terra e dinheiro. Então parece que quando você não tem nome, pedigree, não tem uma marca ou uma referência, todo mundo te descrimina. Tu é filho de quem? Da dona Graça, uma costureira que fazia calcinhas. Eu sou filho dessa pessoa. Ah, tu não é filho de fulano, beltrano, ciclano? Então, isso existe ainda no nosso Estado. Ah, o cara é o fulano? O papai é o beltrano?  Acabou isso. Ninguém está numa escravatura, acabou o período feudal. As pessoas têm que respeitar o ser humano. Eu sou contra esse negócio. Eu te digo o seguinte: como superintendente do Tribunal do Trabalho, eu nunca fui soberbo, arrogante, nem boçal. Como deputado, nunca parei numa batida e disse, “deixa eu passar, sou deputado”. Nunca fiz isso! Eu respeito as pessoas como ser humanos, dou valor às pessoas que estão fazendo o seu trabalho. Eu sou contra o excedente, sou contra o excesso, sou contra o abuso, contra a humilhação.

BMA – Como senhor reagiu diante dessa discriminação?

Dermilson Chagas – Eu tive sim muita dificuldade no meu primeiro mandato. Tive dificuldades porque as pessoas não aceitam quem vem do nada e se elege. Infelizmente é isso. Enfrentei muitas divergências.  “Ah é o teu primeiro mandato? Então fica observando”. Isso eu não aceitei. Entrei num ônibus que tem 24 lugares e fui pra  janela, mas só que queriam me colocar no corredor. Eles diziam: “Não faz nada, espera a tua vez, não, não faz isso. Não rapaz, tu não pode falar”. Tudo isso eu ouvi, Teve gente que chegou e dizer, que eu não podia falar nada. “Tu tens que ouvir” . Você acredita nisso? Diziam “seja medíocre”. E pra mim não cabe esse papel. Então, o que existe em Manaus ainda são pessoas que acham que são donos do povo, da sociedade. O meu pai é esse, a minha mãe é essa. A minha família é isso. Eu lá quero saber disso! Faça a sua história, escreva você mesmo o seu livro. Eu não uso o pincel dos outros. Eu não me elegi a custo dos outros. Eu me elegi por causa de um trabalho, em cima de uma coletividade e que as pessoas acreditam na gente e que a gente abraçou. E é trabalho pra todo mundo. Não discrimino ninguém. Então a minha dificuldade na Assembleia é você chegar, um grupo de pessoas que ali se acham que são donos dos outros. E pra mim isso não existe. É triste.

BMA – A segurança é uma tarefa de urgência pelo quadro que está aí fora, mas o investimento do governador trazendo um ex-prefeito de Nova Iorque, Randoff Giuliani é pra quatro anos. O senhor acha que essa estratégia está correta?

Dermilson Chagas – Olha, nós temos que apresentar uma solução. Qual é o caminho? Tudo é a longo prazo, você não consegue resolver isso para agora. Vamos pegar o Exército e colocar na rua. Fizeram no Rio. Resolveu o problema da segurança? Não. Botaram a Marinha, resolveu o problema da segurança? Não. Está todo mundo trabalhando. Tu achas que a Polícia Federal não está trabalhando? Então vamos lá, o Exército está na rua, no Rio, a Marinha está na rua, nós temos a Polícia Federal trabalhando, tem a Polícia Civil, Polícia Militar. Enquanto a população está dizendo hoje “mata, tem que matar bandido”.  O que aconteceu no episódio de sábado (dia 13 de outubro, uma quadrilha tentou assaltar uma loteria, fez reféns e a polícia fuzilou quatro),  na lotérica? Foi o sentimento das pessoas. Mata o cara, mata o cara. Então, ninguém está acreditando nem na Justiça. É o olho por olho. Queremos alguém para resolver o problema e como é que se resolve isso? Matando, é o que a sociedade cobra. Mas está errado. Eu acho que tem várias soluções. Eu tenho o meu pensamento, eu acho que o Brasil tem que ter pena de morte. Não dá para você morrer por causa de um celular, não dá para você morrer por causa de dez reais. Eu não quero morrer. Você não quer morrer. Tu não quer ver teu filho morrendo. Tem que ter pena de morte. Matou a primeira vez? Pena máxima de 30 anos. Fazer como os Estados Unidos. Matou a segunda vez? Vai para a pena de morte. Como o crime organizado funciona? Se o cara não fizer o que o traficante  manda, ele morre. E assim que  funciona o negócio deles. Por que que aqui fora não funciona? Porque as pessoas não estão mais confiantes na lei. O crime não tem medo da pena que vai ser dada aquela pessoa. O criminoso não tem mais medo da pena.

BMA – E buscar o Rudolph Giuliani a peso de ouro (R$ 5 milhões) é a solução, uma estratégia a longo prazo para um problema tão urgente?

Dermilson Chagas –  A saída é buscar uma solução. A saída é não ficar inerte. É a gente apresentar um caminho e eu vejo como caminho a busca de uma solução. Não dá pra gente ficar sentado vendo as fronteiras desprotegidas, a falta de combate, a falta de armamento, não dá para a gente ver um policial desmotivado, não dá pra gente ver uma polícia sem estrutura.

BMA (interrompendo)  – Sim, deputado, mas a gente sabe disso e não precisava trazer alguém lá dos EUA  fora pra dizer que é preciso proteger as fronteiras, comprar equipamentos, pagar melhor os policiais, coisa que já sabemos.

Dermilson Chagas –   Mas segurança não é só isso. A segurança é planejamento, é estratégia. Eu vou te falar uma coisa: Tem muita gente na polícia com medo atirar. Tem muita gente com medo de enfrentar o bandido, sabe por quê? Porque o bandido, além de pegar um tiro ainda processa o policial. O cara está atirando e lá aprece não sei quem, o Direitos Humanos, direito não sei de quem. Procure saber quantos policiais estão respondendo processos agiu em nome da sociedade? Temos excessos? Tem. Mas quantos policiais estão respondendo processo porque atirou. O cara estava de frente, correu e pegou um tiro nas costas. Foi uma situação em que o cara não deu legítima defesa. O cara puxa uma arma e fica mostrando pra ti. Tu vai ficar olhando? Ou vai dar um tiro logo? Tem muitas situações que temos que rever. As audiências de custódia. Olha o que está acontecendo com as audiências de custódia! Estamos prendendo 3 mil e soltando 3,5 mil. Tem muita coisa errada. Será que o alto índice da marginalidade se dá apenas pelo fato do desemprego? Não. É porque não existe hoje mais o medo da Justiça. O bandido não tem. Ah,  pode me prender que vou sair já-já.  Você vê coisas absurdas. Eu peguei uma situação em que o cara estava dentro do ambiente em que eu trabalhava. O cara tinha tirado o computador da mesa, o teclado, a impressora, tudo. Estava arrumando para ir embora. Chegamos a tempo. A polícia simplesmente foi, prendeu o cara e quando foi na hora do interrogatório, ele tirou o computador do ambiente de trabalho, não, ele estava preparando. Então ele não roubou. Que absurdo. Uma pessoa aparece nua na tua casa e tu vai ficar olhando com a tua filha menor? É absurdo. É a lei que está aí. Fizeram um Estado ruim para quem quer investir e bom pra quem quer ir para a ilegalidade. As pessoas perderam o medo.  É o medo que os bandidos, o crime organizado,  não têm mais da Justiça.

BMA –  O senhor ficou muito conhecido no interior do trabalho, com o seu trabalho na Superintendência Regional e por conta disso o senhor conhece muito o interior do Estado e as particularidades de cada município. Como o senhor enxerga hoje a situação do interior do Amazonas?”

Dermilson Chagas –  Muito preocupante. Nós temos que trabalhar para melhorar uma matriz econômica, seja na piscicultura, seja na agricultura orgânica, seja na agricultura artesanal, seja no agronegócio. Temos que resolver esse problema pra ontem. Não dá para esperar, o pessoal está morrendo de fome. Ninguém está conseguindo tirar uma árvore mais nem para construir. Aqui o pessoal diz que se acabar o Distrito a gente vai virar um porto de lenha. Não vamos ser porto de lenha. Não vamos ter nem lenha. A lei não permite que você tire madeira. Tu não consegues tirar lenha, não consegue caçar, não consegue pescar em muitos locais. E além do mais existe uma redução do estoque pesqueiro que a gente tem que tomar cuidado. Tem que melhorar. Tem que dar solução investindo pesado mesmo. Pegar 3 ou 4 bilhões de reais e fazer um planejamento sério e executar vicinais, estrutura, infraestrutura, logística. Tem que fazer isso urgente. A situação do nosso interior é triste. Quais são as políticas que temos lá? Temos a política do município que não sustenta toda a população. Temos a política da Previdência Social, que o governo já prometendo mudanças. Nós temos a politica dos benefícios sociais, bolsa-família, seguro-defeso. Fora isso, mais nada! Os minérios, nem todo lugar está conseguindo explorar. O Urucu é uma resposta, mas se você ver a população de Coari é uma população pobre. Nós temos que dar uma solução e ter uma responsabilidade com a coisa pública, com o dinheiro público. Não dá mais para esperar mais um ano porque as pessoas estão morrendo. Nosso interior não bebe água potável. Nossos municípios não bebem água potável e isso não é um problema de agora, é um problema crônico. Municípios como Anamã todo ano vai para debaixo d’água, Careiro da Várzea, todo ano vai para debaixo d’água, Barreirinha vai sempre para debaixo d’água. As pessoas não bebem água potável nem quando está na seca.

Mário Adolfo – Um ex-governador ganhou uma eleição dizendo que quando o gás chegasse ao Amazonas, a conta de luz baixaria porque as termoelétricas seriam movida a gás. O preço da tarifa de ônibus e dos táxis também cairia, porque  os carros e ônibus também seriam abastecidos com gás . O gasoduto ficou pronto, o gás chegou e nada disso aconteceu. Para onde está indo esse gás que ninguém viu?

Dermilson Chagas –  Esse é meu questionamento. Tudo isso é balela. É um roubo que nós estamos pagando muito alto. Está aí o gasoduto na Lava-Jato. Estamos pagando. O Estado está pagando por essa corrupção. Com a chegada do gasoduto melhorou o quê? Nada, só enganação. Só tiraram proveito. Não reduziu tarifa de energia, não reduziu tarifa de transportes, não melhorou qualidade de vida, não diminuiu custo, não houve disseminação do gás em Manaus. Nada. A internet que prometeram, vou até voltar a cobrar.

BMA – O senhor é um humanista, um parlamentar que sempre manteve a coerência política. Em relação ao segundo turno da campanha para presidente, o senhor vai defender um candidato à presidência acusado de homofobia, racismo, incitar a violência, defender torturador, como quer o governador do qual o senhor é líder?  Como o senhor vai se posicionar politicamente quanto a isso?.

Dermilson Chagas – Estou muito preocupado. Todos os candidatos que estão aí estão falando da redução de incentivos ao país. Zona Franca de Manaus, Polo Industrial de Manaus precisam de incentivos, como é que fica esse modelo? Nós não estamos preparados para nada. Se nós perdemos agora essa indústria de concentrado, a Ambev vai embora, a Coca-Cola vai embora, o Baré, o Tuchaua…vai todo mundo sair daqui. 22 indústrias vão embora, mais de 50 mil postos de trabalho vão se perder. Maués não sabe pra quem vai vender o guaraná. Se alguém disser pra gente que vai garantir o modelo Zona Franca de Manaus, esse é o meu candidato. Porque esse modelo, a Zona Franca,  sustenta o interior, sustenta a capital, é a fonte de arrecadação do Estado. Porque depois se isso não melhorar agora, se a indústria de concentrado for embora. O Governo Federal, a bancada de Deputados Federais e Senadores não fizerem nada. Se isso acontecer, nós vamos começar a arrumar mala para irmos embora, porque isso aqui não virar  porto de lenha, porque não vai ter mais nem lenha. Porto de lenha era década de 80 que ainda podia se tirar madeira. Hoje não se faz mais porto de lenha em Manaus, no Amazonas. E isso me preocupa bastante. Eu sou Amazonas. Sou o povo, mas o que garante o nosso Estado é o Polo Industrial de Manaus.

BMA – Esta eleição marcou a descrença do eleitor nos políticos, no sistema político de uma forma geral? É isso que criou essa onda de investir no novo?

Dermilson Chagas – O que existe hoje no Brasil é uma onda de rejeição à desvalorização dos valores. Um repúdio à falta de providência, uma política que ninguém aceita mais. Essa onda que vem forte aí é a população dizendo que não aceita mais. O meu candidato é o cara que vai chegar aqui e vai dizer que o modelo Zona Franca de Manaus é o modelo que deu certo. Isso que eu quero que garantam o modelo Zona Franca de Manaus.

BMA –  Como superintendente regional do trabalho, o senhor  combateu muito o desrespeito às leis trabalhistas. Lembro que o senhor combatia o trabalho escravo no interior, recebia muita denúncia. Como o senhor analisa que um candidato à vice-presidência (de Jair Bolsonaro, general Mourão) vem e critica as leis trabalhistas, critica o 13º salário, critica as férias e pede o clareamento da raça. Como o senhor analisa isso?

Dermilson Chagas – É uma pessoa inconsequente. É um cara que meteu os pés pelas mãos. Eu Posso até respeitar ele, mas  isso aí eu discordo plenamente. Sabe por que ele fala isso? Porque ele tem estabilidade. Ele chegou no mais alto escalão da profissão dele e não está preocupado com a sociedade, com o cidadão, se ele é explorado ou não, se ele tem direito ou não. Tira um direito deles lá. Tira um direito de aposentadoria dele. Eu quero ver. Vamos colocar o fator de acordo com a previdência geral. Quando você já tem a sua vida arrumada, isso é fácil. Temos que respeitar os direitos sociais que foram conquistados com muito suor, com muito sangue. Temos que respeitar os direitos que estão aí. Temos que garantir um Estado melhor”.

BMA – No caso do governador Amazonino ganhar a eleição, o senhor é candidato à presidência da Assembleia Legislativa ?

Dermilson Chagas – Sinceramente não estou pensando nisso. Estou pensando na implantação de uma nova política. Estamos primeiro dando um passo de cada vez. É isso que nós vamos fazer com responsabilidade, com muita vontade. O primeiro passo é o resultado que nós queremos no segundo turno.

Fotos: Marcus Vinícius Pessoas/ BMA

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