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O governador Amazonino Mendes (PDT) fez uso de metáforas para traduzir o caos que ele disse ter encontrado no estado, provocado por uma crise que não é só nossa, mas de todo o país.

No discurso eloquente que fez na abertura do Ano Legislativo, na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (1º), ele disse que houve um vendaval no país é esse vendaval chegou até ao Amazonas. Isso, aliado à “inexperiência e ao descompromisso”, acarretou um desastre que se abateu sobre a nação.

— Alguns estados da federação foram ao abismo. Como claramente Rio, Minas Gerais e outros estados que estão em desespero para honrar suas contas. O Amazonas não chegou a tanto, mas perdeu seus serviços. Ao longo do tempo foi se perdendo a formação de quadros para o future -, analisou o governador.

Filhos do extrativismo

Amazonino disse que o Amazonas procura respirar, mas é extremamente frágil, porque somos consequências dos produtos in Natura.

— Fora produtos como a borracha que sustentaram por determinado período a economia amazonense – analisou o chefe do Executivo, lembrando que os tempos hoje são outros.

Ofendida e castrada

Para ele, a Zona Franca, que hoje sustenta a economia, vem sendo ofendida, castrada, ocultada ao longo do tempo.

— Essa situação remete a fragilidade. Nossa economia depende de um decreto. Somos assombrados com as investidas não contidas da economia paulista. Se não tiver experiência e se levar pela politicagem, não vai para frente.

Serenidade dos velhos

Mais à frente, o chefe do executivo voltou a usar a metáfora para dizer que falava como a “serenidade e a tolerância do velho, experiente”.

— O Amazonas é lindo. É um desafio cheio de amor e bênçãos. Eu quero a paz.  A água não captura mosca.

Fundo do poço

Não faltaram alfinetadas. Houve um momento em que o governador disse absorver com serenidade a “falta de compostura provindas da incompetência de tantos”.

— O Estado está melhorando, a merecer da vontade de Deus. Meus companheiros de trabalho têm sido heróis para superar o tempo perdido e buscar as soluções necessária. Estamos buscando honrar com os contratos das inúmeras dívidas do Estado, com auditorias. Chegamos ao fundo do poço.

O mesmo Amazonino

No final, bem ao “estilo Negão”, ele mandou um recado. Curto e grosso.

— Não me perguntem sobre reeleição. Falem sobre recomposição, administração e sobre um estado que precisa crescer. É o velho que tem a alma nova que está falando. O que vale é o coração. Aqui é o velho Amazonino de todos os tempos.

Pomba da paz

Em resposta às alfinetadas do discurso, o presidente da Aleam e ex-governador interino, David Almeida (PSD) preferiu levantou a bandeira branca.

— Não espere que eu seja seu aliado, governador. Mas sou parceiro, pois quero o bem do meu estado. O povo está cansado de sofrer e de brigar. Quero o melhor pro Amazonas. Não importa quem seja o governante — disse o deputado…

Pero no mucho

Serafim Corrêa também fez o seu questionamento sobre o posicionamento Amazonino que, ao assumir o governo, “o estado estava quebrado”

— O que ele escondeu é que, em 31 de agosto de 2017, o governo tinha em caixa R$2.233.930.726,34 (Dois bilhões, duzentos e trinta e três milhões, novecentos e trinta mil, setecentos e vinte e seis reais e trinta e quatro centavos), cutucou Sarafa.

Perguntar não ofende

Na Aleam, durante a sua fala, o governador repetiu a frase feita e, de novo, esqueceu de dizer que, na terça-feira (30),  assinou relatório para o tesouro nacional, dizendo que tinha em caixa exatos R$2.218.151.112,48.

— Perguntar não ofende: quem tem mais de dois bilhões e duzentos milhões de reais em caixa está quebrado?, questiona serafim.

Desacato 

Enquanto isso, em Brasília, ao abrir os trabalhos do ano judiciário, em sessão plenária na manhã desta quinta-feira (1º), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, ressaltou ser ”inadmissível e inaceitável desacatar a Justiça, agravá-la ou agredi-la”.

Até o Temer foi

A solenidade reuniu os três poderes, incluindo o presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Nenhum dos três discursou.

Pode tudo…

A ministra disse que pode-se ser favorável ou desfavorável à decisão judicial pela qual se aplica o direito.

Pode-se buscar reformar a decisão judicial, pelos meios legais, pelos juízos competentes.

… Ou quase tudo!

— Mas é inadmissível e inaceitável desacatar a justiça, agravá-la ou agredi-la. Justiça individual fora do Direito não é justiça, senão vingança ou ato de força pessoal –, disparou Carmen.

Recado ao PT

A declaração pode ser interpretada como um recado ao PT.

O partido tem atacado o Judiciário desde a condenação do ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de dinheiro.

EM ALTA 

O governo da Escócia que acaba de aprovar uma Lei que iguala os direitos para homens e mulheres. Agora a polícia, os bombeiros, colégios, universidades e outras instituições públicas da Escócia terão que garantir metade das vagas para profissionais do sexo feminino. A  lei aprovada pelo Parlamento torna o país o primeiro da região do Reino Unido a “corrigir a escassa representação das mulheres nos conselhos públicos”.

EM BAIXA

O crescimento do número de moradores de rua no país. Uma pesquisa publicada pelo Ipea com base em dados de 2017 projetou que o Brasil tem pouco mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas. A Estimativa da População em Situação de Rua aponta que os grandes municípios abrigavam a maior parte dessa população. Das 101.854 pessoas em situação de rua, 40,1% estavam em municípios com mais de 900 mil habitantes.

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