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Janete acordou naquela segunda feira com a mesma sensação de todas as segundas. Dúvidas, muitas dúvidas. Se um grande nome da arte contemporânea quisesse expressar a vida de Janete numa tela, a maneira mais fiel seria pintar um enorme ponto de interrogação.

Falando assim parece exagero, mas antes de se levantar a Janete já teve dúvida se aquela sensação era por causa da segunda feira ou era a mesma dúvida de todo dia. Todo santo dia.

Por falar em santo, Janete andava mesmo cobrando algumas providências divinas, afinal, sempre fôra uma boa cristã, não era fanática, mas se dedicava o suficiente para pensar ser merecedora de algum empurrãozinho. Por outro lado, cobrava de Deus com muito receio, pois tinha dúvida se era justo cobrar Dele um plano para sua vida se nem ela mesmo se esforçou para esboçar algum.

Se ela pelo menos recebesse um sinal. E precisa ser logo, junho já está quase aí e vai ser muito triste completar 30 anos sem ter respostas sobre sua vida profissional, afetiva, geográfica…

Tudo conquistado até aqui parece insuficiente, mas tudo que se pode sonhar parece ousado demais, arriscado demais.

Segunda feira não ajuda em reflexão, o relógio não perdoa. Domingo seria mais adequado, mas no domingo que ficou pra trás, Janete não quis acordar, quis não querer para não gerar mais dúvidas.

Quem sabe essa semana pode ser diferente? Quem sabe as respostas podem aparecer? Quem sabe? 

Por enquanto, o mais importante é saber se o dia está para calça jeans ou saia.

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