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A rica história de vida que nos deixou Magnólia Pessôa Figueiredo, uma mulher à frente do seu tempo

Faleceu na madrugada de domingo Magnólia Pessoa Figueiredo, ex-presidente da Campanha Nacional de Merenda Escolar (CNME) nas décadas de 1960-1970, ex-integrante do Núcleo de Redatores Oficiais no governo do Ministro Henoch Reis, de 1976 a 1979 e chefe de cerimonial do governo de José Lindoso, de 15 de março de 1979 a 15 de maio de 1982.  Magnólia também exerceu importante cargo na Casa do Amazonas, no Rio de Janeiro, no período de 1973 a 1975.

Dona Magnólia, ou Meg, como era tratada pela legião de amigos, era filha de Sérgio Pessôa, ex-prefeito de Manaus, irmã do desembargador Raimundo Vidal Pessoa – que deu o nome à antiga Penitenciária Pública de Manaus –, e mãe de Sérgio Alfredo Pessôa Figueiredo, ex-secretário de Planejamento do Estado, presidente do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Amazonas (Codeama) e fundador do IMA (Instituto de Meio Ambiente do Amazonas) que viria a se transformar em IPAAM; e da ex-presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargadora Maria das Graças Pessôa Figueiredo.

Teve ainda mais duas filhas, Maria de Fátima Pessôa Figueiredo e Maria Teresa Pessoa Figueiredo Aryce. Era conhecida por sua gentileza, generosidade e delicadeza. Era uma mulher doce, compreensiva, que dificilmente se irritava com alguma coisa. Tinha sempre uma palavra amiga, um abraço de carinho e um sorriso para oferecer àqueles que a cercavam. Ética, tinha um profundo respeito e zelo pela coisa pública. Por conta desse perfil de profissional competente e correta, fez uma brilhante carreira no serviço público, na vida e na condução de matriarca da família Pessôa Figueiredo.

— Dona Magnólia estava à frente de seu tempo. E mesmo com todas as dificuldades da Manaus dos anos 1960, ela preparou seu filhos para serem grandes profissionais em suas áreas. Prova disse são os destaques que seus filhos e netos ocupam hoje e ocuparam no passado, no estado do Amazonas – disse por e-mail o artista plástico, compositor e publicitário Rui de Carvalho, que hoje mora no rio, mas viveu toda sua infância próximo à residência dos Pessoa Figueiredo, no bairro da Cachoeirinha.

Magnólia era era filha de Sérgio Pessôa, ex-prefeito de Manaus, que ganhou quadro de destaque no Paço Municipal em 2015, homenagem do prefeito Arthur Neto

Dona Magnólia no Paço Municipal

Quando presidente da Campanha Nacional da Merenda Escoar Magnólia implantou vários programas de regionalização dos produtos da merenda, com base nos alimentos da Amazônia, como a castanha do Pará e a banana Pacovan. Chegou a instalar uma mini-fábrica de macarrão para reforçar a alimentação das crianças. Esse tipo de trabalho a levou algumas vezes a Washington (USA), onde obteve convênio com o programa Aliança Para o Progresso e o Alimento para a Paz, desenvolvido pelo governo de John Kennedy para a América Latina. Alguns desses compromissos acontecera na Organização das Nações Unidas (ONU).

Em sua administração frente à CNAE recebeu grande apoio dos governadores Arthur César Ferreira Reis e Danilo Duarte de Mattos Areosa.

Na rodadas de conversa em família, Meg adorava contar algumas histórias que viveu naquele período. Certa vez, precisava despachar com Arthur Reis, durante um evento do Ministério da Educação, do Rio de Janeiro. Arthur não parava e tentou adaptar a agenda.

— Magnólia, eu estou com muita pressa. Preciso dar uma aula agora. Você vai comigo que a gente vai resolvendo no caminho – propôs. Dona Magnólia aceitou e foi explicando de que se tratava.

Quando viu o governador atravessa a Praça Mauá, no Centro do Rio,  a caminho das balsas, Meg perguntou:

— Dr. Arthur, a propósito, onde é mesmo a sua aula?

— Bem ali na faculdade de Niterói, da Universidade Federal Fluminense!

— Ave Maria, governador. Me desculpe, mas não posso ir. Estou cheia de compromissos aqui na Guanabara! –, respondeu Magnólia, retornando do meio do caminho.

A avó os Netos Marcus e Mario Filho e o bisneto Vinícius

Dona Magnólia com as filhas Fátima Figueiredo e Graça Figueiredo. Ela ainda teve mais dois filhos: Teresa Figueiredo e Sérgio Figueiredo

Uma multidão de familiares e amigos estiveram no último adeus à dona Magnólia, no final da tarde de domingo no cemitério São João Batista. Muito fizeram uso da palavra, como seus netos, Fernando Figueiredo (defensor público), Marcus Vinícius Pessoa (publicitário), o sobrinho Raimundo Barreto (médico), o genro César Bandiera (juiz)  e por última sua filha, Graça Figueiredo (desembargadora).

— Mãe, você era o timão da nossa família. Tudo que fizemos e aprendemos na vida foi sob os seus ensinamentos e orientação. Vai ser muito difícil, seguir sem você, mãezinha? – disse a desembargadora.

Dona Magnólia foi vítima de um AVC aos 85 anos.

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